Esqueleto de mastodonte bem preservado é encontrado nos Estados Unidos

Um esqueleto de um mastodonte em bom estado de preservação foi descoberto nos Estados Unidos. Análises sugerem que o animal viveu no final da última Era do Gelo. Veja mais informações.

mastodonte americano
Reconstrução gráfica de como era um mastodonte americano. Crédito: Sergiodlarosa/Wikimedia Commons.

Os mastodontes foram animais pré-históricos do gênero mammut, que habitavam a América do Norte e central no período Mioceno, entre 23,7 milhões de anos e 5,3 milhões de anos atrás. Foram extintos no final do Pleistoceno entre 10 mil e 11 mil anos atrás.

Os mastodontes viviam em manadas e eram predominantemente animais de floresta. Possuíam um comportamento de forrageamento semelhante aos do elefantes atuais. Tinham, em média, 3 metros de altura, podendo atingir até 4 metros, e pesavam entre 4.000 e 5.000 kg.

Até hoje, cientistas ainda não chegaram a um consenso sobre a causa da sua extinção, mas alguns especulam que a caça intensiva de filhotes pelos humanos pré-históricos possa ter contribuído para o desaparecimento desses animais.

E agora, arqueólogos descobriram um esqueleto de um mastodonte nos Estados Unidos, e o que mais impressionou foi o ótimo estado de preservação do animal pré-histórico.

A descoberta do esqueleto

O esqueleto foi encontrado acidentalmente no sul de Iowa, nos Estados Unidos, em 2022. Um morador local do condado de Wayne tropeçou em um osso incomumente longo que estava incrustado no leito de um riacho em uma propriedade privada. Os primeiros trabalhos no local foram realizados por arqueólogos do Escritório Estadual de Arqueologia da Universidade de Iowa (OSA) logo após a descoberta.

As análises preliminares dos ossos na época revelaram que se tratava de um fêmur de mastodonte, mas também foi encontrada uma parte de uma presa, que os cientistas acreditaram ainda estar presa ao crânio – uma descoberta intrigante que levou a uma investigação científica formal.

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Ao todo, cerca de 20 elementos do mastodonte foram descobertos, incluindo: seções das costelas, vértebras, osso da perna dianteira e rótula. Crédito: Kirk Murray/University of Iowa Office of the State Archaeologist.

Então, após conseguirem os fundos necessários para apoiar a escavação, os arqueólogos voltaram ao local agora em 2024 e iniciaram outra escavação que durou 12 dias.

Foi aí que eles encontraram uma riqueza de materiais fósseis. A datação por radiocarbono sugere que o mastodonte viveu há cerca de 13.600 anos, no final da última Era do Gelo, quando os animais entraram em extinção. Essa data é significativa porque coincide com a ocupação humana na área.

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Veronica Mraz, arqueóloga da Universidade de Iowa, escavando meticulosamente o esqueleto do mastodonte. Crédito: Kirk Murray/University of Iowa Office of the State Archaeologist.

Os pesquisadores também encontraram vários artefatos feitos pelo homem, como ferramentas de pedra. Estas descobertas são promissoras, indicando a existência humana na drenagem do riacho, que nunca tinha sido registrada até agora.

Agora, os pesquisadores pretendem procurar algum sinal de interação dos humanos com o animal, como marcas de corte indicando a caça nos restos fósseis. “Esperamos realmente encontrar evidências de interação humana com esta criatura – talvez as pontas dos projéteis e facas que foram usadas para matar o animal e fazer o abate inicial. Também há evidências potenciais nos próprios ossos – pode haver marcas de corte identificáveis”, disse John Doershuk, diretor e arqueólogo do OSA.

Após os trabalhos de análises neste esqueleto, provavelmente os ossos ficarão em exposição no Museu Prairie Trails, na cidade de Corydon (Iowa).

Referência da notícia:

Iowa Now. “Unearthing mastodon bones in southern Iowa”. 2024