Estudo revela um aumento no número de dias de ondas de calor no Brasil. Novo recorde de consumo de energia foi atingido!

Estamos enfrentando mais uma onda de calor nesta semana. O INMET emitiu um aviso de onda de calor com grau de severidade de grande perigo para 15 estados do Brasil, válido até a próxima sexta-feira (17).

As temperaturas atingiram facilmente os 40°C nos últimos dias, mas a sensação térmica ultrapassou os 50°C, como foi o caso do Rio de Janeiro, que registrou a sensação térmica de 58,5°C na manhã de terça-feira (14). Esta foi a maior sensação térmica desde o início da medição por parte do Sistema Alerta Rio, em 2014.

Maiores temperaturas registradas na terça-feira (14), segundo o INMET:

• Araçuaí (MG): 42,9°C
• Coxim (MG): 42,6°C
• Porto Murtinho (MS): 42,2°C
• Cuiabá (MT): 42°C
• Unai (MG): 42°C
• São Romão (MG): 41,9°C

Este foi um ano em que foram batidos vários recordes consecutivos de temperatura máxima. Entre julho e outubro de 2023, as temperaturas ficaram acima da média registrada para esse período em anos anteriores.

Brasil registrou um aumento de dias com ondas de calor

Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgado nesta segunda-feira (13), mostra que no Brasil o número de dias com ondas de calor passou de 7 para 52 em 30 anos. O estudo levou em consideração séries históricas de precipitação, temperatura máxima e outros índices, como dias consecutivos secos, precipitação máxima em cinco dias e ondas de calor.

Estes dados reforçam o que muitos já sabem: o avanço das mudanças climáticas no Brasil! Entre 1991-2000, os dias de ondas de calor subiram para 20, e entre 2001-2010 atingiu 40 dias. Além disso, o levantamento também apontou o aumento da variação de temperatura máxima na região Nordeste, que era de 30,7°C entre 1961-1990, e foi subindo gradativamente para 31,2°C, depois 31,6°C, e atingindo 32,2°C entre 2011-2020.

Você já deve ter notado que estamos enfrentando uma onda de calor em uma parte do país, e altos acumulados de chuva no outro extremo do país, isso também foi constatado no levantamento feito pelo INPE, o contraste entre as duas regiões do Brasil.

Entre 2011-2020, o estudo aponta para que, enquanto houve uma queda na taxa média de precipitação, com variações entre 10-40% no Nordeste até Sudeste e porção central do Brasil, foi observado aumento entre 10-30% na região Sul e parte dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Novo recorde de consumo de energia é atingido

Junto com a onda de calor vem outro problema, o aumento do consumo de energia! O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou na última segunda-feira (13) um novo recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN).

O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano, ou seja, foi mais um recorde consecutivo em decorrência da elevação das temperaturas durante esta onda de calor no país, disse a ONS. Além disso, o subsistema do Sudeste e Centro-Oeste também bateu recorde, atingindo 60.000 MW às 15h30 de segunda-feira (13), o recorde anterior era de 57.800 MW.

Nesta segunda-feira, 13 de novembro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou recorde no consumo instantâneo de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN)! pic.twitter.com/HeTODbPoNF

— ABSOLAR (@ABSOLAR_Brasil) November 14, 2023

As previsões indicam que a onda de calor continuará ao longo da semana, e as máximas vão se manter entre 40°C e 45°C, e podem ser as mais altas deste ano. Ondas de calor são comuns no período de transição entre a primavera e o verão, porém, o fenômeno El Niño juntamente com o aquecimento global têm intensificado o aumento nas temperaturas.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste casos de temperaturas elevadas, é ingerir bastante líquido, evitar sair durantes as horas mais quentes do dia, vista roupas leves, tomar banhos frios e hidratar as mucosas do corpo como as narinas, com soro fisiológicos, e os olhos com o uso de colírio.