Excepcional onda de calor atingirá a Austrália nessa semana
Uma forte onda de calor atingirá grande parte da Austrália ao longo dessa semana. As previsões indicam que as altas temperaturas que serão registradas nos próximos dias poderão quebrar diversos recordes históricos pelo país!
Essa primavera não tem sido fácil para a Austrália. O país vem sofrendo com a falta de chuvas e os grandes incêndios florestais que se alastram por todo o continente, causando graves danos ao meio ambiente e ao bem-estar da população. Infelizmente a situação do país deverá se agravar nessa semana com a atuação de uma onda de calor excepcional que promete quebrar recordes históricos!
O calor extremo já tem afetado partes da Austrália nos últimos dias. Diversas localidades já registraram temperaturas superiores a 40°C. A cidade de Perth, quarta maior da Austrália, registrou três dias seguidos de temperaturas superiores a 40°C, de sexta a domingo, sendo a primeira vez que isso ocorre num mês de dezembro.
As previsões indicam que um forte centro de alta pressão se desenvolverá sobre o sudeste do país ao longo da semana, desfavorecendo a formação de nuvens e chuva e favorecendo o transporte de calor para o interior do continente e o aquecimento da superfície. A agência meteorológica australiana, Bureau of Meteorology (BOM), declarou que as condições esperadas até o final dessa semana serão de uma “onda de calor extrema”, o nível mais alto de gravidade das ondas de calor. Em algumas localidades as temperaturas poderão ficar 20°C acima da média climatológica!
Diversas localidades registrarão temperaturas acima de 40°C por vários dias seguidos, e algumas regiões devem enfrentar temperaturas próximas dos 50°C! O meteorologista Dr. Adam Morgan, da BOM, alertou que diversos recordes deverão ser quebrados, um deles poderá ser o recorde nacional de temperatura mais alta registrada de todos os tempos, de 50.7°C estabelecido em Oodnadatta, Austrália do Sul, em 2 de janeiro de 1960. Outro recorde a ser batido é o de temperatura mais quente registrado na Austrália num mês de dezembro, de 49.5°C estabelecido em Birdsville, Queensland, na véspera do natal de 1972.
Esse calor extremo dificultará ainda mais o combate aos grandes incêndios florestais que tem ocorrido em todo o país. Nos últimos dias, os incêndios florestais em Nova Gales do Sul enviaram uma cortina de fumaça sufocante para Sydney, causando uma poluição 11 vezes superior ao nível estimado como ‘perigoso’ pelos agentes de saúde.
Essa tem sido uma primavera extremamente quente e seca para a Austrália. De acordo com a BOM, essa primavera foi a mais seca em 120 anos e a 5ª mais quente. Entre os principais responsáveis estão a intensa fase positiva do Dipolo do Oceano Indico e a prolongada fase negativa da Oscilação Antártica, associada ao evento excepcional de aquecimento estratosférico súbito sobre a Antártica. Ambos os fenômenos criam condições atmosféricas desfavoráveis a formação de chuvas e propícias ao aquecimento da superfície.
2019, um ano quente e seco para Austrália
Apesar do ano de 2019 ainda não ter terminado, a agência BOM divulgou que 2019 provavelmente estará entre os quatro anos mais quentes registrados na Austrália. 29 localidades do país atingiram novos recordes de temperatura máxima de todos os tempos nesse ano.
Além disso, também espera-se que 2019 esteja entre os 10 anos mais secos já registrados. Grande parte do país sofreu com a seca, que foi ainda mais grave nos estados de Nova Gales do Sul e sul de Queensland. Ambos estados têm enfrentado um período prolongado de incêndios florestais desde setembro. Um dos principais responsáveis por este padrão quente e seco é o Dipolo do Oceano Indico. Esse dipolo está em sua fase positiva desde agosto, e atingiu um pico máximo em outubro, o valor mais positivo registrado desde 1997.