Falta de chuva, geadas e queimadas: o agro corre perigo neste inverno?
Condições adversas do tempo como frio extremo ou calor fora do normal, assim como falta de chuva ou excesso de umidade, são sempre grande preocupação para os produtores rurais. A expectativa é de um inverno mais seco e mais quente, afinal qual será o resultado no agro?
A agricultura é um dos setores, se não o mais importante que move o Brasil. Não é de hoje que produtores rurais buscam avanços e diretrizes em tecnologia que os façam produzir cada vez mais. Apesar de todo o trâmite que é feito ano após ano pensando na produtividade final da safra, as condições do tempo sempre surtirão efeito, positivo ou negativo.
A expectativa é de um inverno mais seco e mais quente em boa parte do Brasil segundo a análise feita sob as simulações mais recentes dos modelos climáticos.
Sabe-se que condições adversas como frio extremo ou calor fora do normal, assim como falta de chuva ou excesso de umidade, são sempre grande preocupação para os produtores rurais. Afinal, para um bom desenvolvimento de qualquer lavoura é necessário o equilíbrio, a chuva dentro da janela ideal, o tempo seco para a colheita, o sol em momentos cruciais de desenvolvimento, e até mesmo o frio para certas culturas.
Resultado no agro
Com um inverno atípico, como ficarão as áreas produtoras do Brasil? No Sul a falta de chuva e falta de frio extremo afetará a principal cultura do inverno, o trigo? No Sudeste, qual será a consequência do tempo seco e quente para o café? O algodão no Centro-Oeste e na Bahia vai sofrer? E as áreas de pastagens no Norte?
No Sul, a principal cultura do inverno é o trigo, em especial nos estados do Rio Grande do Sul e no Paraná. No Paraná, a instalação começou antes e está bem avançada na maior parte das áreas produtoras, pois os episódios de chuva foram favoráveis, enquanto isso, a chuva e a umidade do solo em excesso atrapalharam a instalação da cultura no estado gaúcho que avança de forma cautelosa. A tendência é de tempo mais seco e quente nos próximos meses, mas apesar disso, ondas de frio podem ocorrer, assim como geadas. Apesar do trigo ser resistente a baixas temperaturas, uma geada ou outra pode afetar a safra, especialmente em agosto.
No Sudeste, produtores de café ainda finalizam a colheita da safra 2020/21 e o tempo seco beneficia as atividades de campo, mas apesar disso, os baixos índices de água disponível no solo podem comprometer a safra do ano que vem. Caso a chuva atrase, a produtividade do café será menor. Apesar de mais quente, ondas de frio ainda podem ocorrer no inverno, em especial no mês de agosto, não se descartando a possibilidade de geadas em áreas de baixada.
No Centro-Oeste e no Nordeste, em especial no interior da Bahia, a principal cultura da estação é o algodão. O tempo seco, com predomínio de sol e temperaturas elevadas são favoráveis à pluma. Entretanto, a combinação entre falta de chuva, calor extremo e baixos índices de umidade, pode ser crucial para ocorrência de queimadas que aumentam nesta época do ano e podem avançar sobre áreas produtoras.
No Norte do Brasil a climatologia promete ser mais fiel nos próximos meses. Apesar dos maiores acumulados e maior frequência estarem previstos para a faixa norte entre Amazonas e Amapá, pancadas de chuva suficientes para manter a manutenção da água disponível no solo também devem ocorrer na metade sul do Pará, sendo favorável as áreas de pastagens.
Atenção produtores rurais, esta previsão é uma tendência dos modelos climáticos, ou seja, pode mudar, mas a fim de tomadas de decisão, o mês de agosto deve ser monitorado, com possibilidade de ocorrência de geadas no Sul, Centro-Oeste e Sudeste.