Faltam apenas 4 dias para a rara 'Lua Azul' acontecer! Saiba mais sobre o belo fenômeno e quem poderá observá-lo
A rara lua azul vai acontecer daqui 4 dias em um mês de agosto que será presenteado por duas superluas completas. A última vez que isso aconteceu foi em 2018 e a próxima será em 2037.
Não é sempre que o cosmos oferece um evento duplo em um mesmo mês como vai acontecer em poucos dias para marcar o mês de agosto de 2023 com um par de superluas completas, o que resulta em uma rara lua azul, a última vez que esse fenômeno aconteceu foi em 2018, ou seja, é algo realmente raro e muito aguardado pelos astrônomos e meteorologistas, além claro, por todos os amantes do céu.
O show astronômico vai começar na noite da terça-feira (29) quando a primeira lua cheia nascer no sudeste, a qual vai parecer maior e mais brilhante que o normal. Essa sensação é resultado da maior proximidade do astro que realmente estará mais perto da Terra do que o normal. A lua vai ficar a 'apenas' 357.530 quilômetros de distância, e por isso ganha o título de superlua.
Como se não bastasse a superlua iluminando o céu na terça-feira, o show vai continuar e ganhar ainda mais brilho na noite da quarta-feira, 30 de agosto, quando a lua estará a 357.344 quilômetros de distância, ou seja, ainda maior e mais brilhante aos nossos olhos. Por se tratar da segunda lua cheia dentro de um mesmo mês, ganha o nome de lua azul.
Previsão do tempo no Brasil
No Brasil, a previsão é de chuvas atravessando o país devido ao avanço de uma frente fria costeira canalizando a umidade desde o Amazonas até o Espírito Santo, ou seja, com tempo mais fechado, nublado e chuvoso, muita gente em partes do Norte, Centro-Oeste e Sudeste não deve observar o raro fenômeno.
O tempo estará favorável a observação na região Sul e ainda na faixa mais ao norte do país desde o Amapá até o Rio Grande do Norte, áreas que terão uma noite de quarta-feira (30) com céu claro, sem presenças de nuvens e favorável a visualização da bela lua azul.
A rara 'Lua Azul'
A 'Lua Azul' é um fenômeno raro de acontecer e precisa de duas luas cheias dentro de um mesmo mês, algo que é de fato difícil de acontecer devido a distribuição dos dias e semanas dentro do calendário atual que vivemos. A última vez que isso aconteceu foi em 2018 e, depois dessa aparição de 2023, a projeção do astrônomo italiano Gianluca Masi, fundador do Virtual Telescope Project é que isso se repita novamente apenas no ano de 2037.
Segundo o astrofísico Fred Espenak, que é aposentado pela NASA, as noites quentes de verão (no Hemisfério Norte) geram um momento ideal para observar o nascer da lua cheia no céu oriental minutos após o pôr do sol. Segundo ele, muitos verão essa rara lua azul desde que o céu esteja claro, e o uso de binóculos ou telescópios de quintal podem melhorar ainda mais a experiência, os quais podem revelar características como mares lunares e raios que emanam de crateras lunares.
Sabe-se que a primeira super lua de 2023 aconteceu em julho e a quarta e última será no mês de setembro, mas somente essa combinação de duas luas cheias em agosto é que vai dar origem a rara 'Lua Azul'.
Outra curiosidade é que de acordo com informações do Old Farmer's Almanac, a lua cheia de agosto é tradicionalmente chamada de lua do esturjão, nome dado por conta da abundância desse peixe nos Grandes Lagos durante o mês de agosto, isso há centenas de anos atrás.
Por que a 'Lua Azul' é tão rara?
O fenômeno só acontece quando duas luas cheias acontecem dentro do mesmo mês, em que a segunda superlua leva esse nome. Para entender a raridade desse fenômeno é preciso conhecer a movimentação que a lua faz em volta da Terra, o que leva cerca de 27,3 dias segundo a NASA. Dentro deste período as fases da lua vão mudando a cada 7 dias aproximadamente, sendo elas: nova, crescente, cheia e minguante.
Sabe-se que os meses normalmente se alteram com 30 ou 31 dias durante o ano e vimos anteriormente que a movimentação da lua em volta da Terra leva menos tempo que um mês completo, ou seja, uma hora ou outra é natural que alguma fase da lua se repita dentro de um mesmo mês.
Agora que já entendemos a trajetória e a naturalidade do fenômeno, a pergunta que fica é se a lua realmente ficará azul, ou seja, se vai mudar da cor natural que é avistada da Terra diariamente. Para a tristeza de muitos, a resposta é não, a lua não muda de cor, o que acontece é que ela ficará mais brilhante do que as outras luas porque estará a uma distância menor aos nossos olhos.
A rara lua só leva esse nome por conta de uma expressão da língua inglesa "once in blue moon..." que indica ser algo muito raro. Ou seja, ela leva esse nome por sua raridade e não por mudar de cor, o que é claro, não tira sua grandiosidade e espetáculo lunar.
Aliás, para os que ficaram desapontados pela lua não mudar de cor, aqui vai uma boa notícia: há alguns séculos atrás, pessoas em várias partes do mundo viram a lua na cor azulada, mas isso só aconteceu devido a forte erupção de 1883 do grande vulcão Krakatoa na Indonésia, um dos maiores do mundo.
Fenômenos que alteram a cor natural da Lua
A erupção do Krakatoa liberou uma enorme quantidade de cinzas na atmosfera terrestre, em que a maior parte das partículas liberadas mediam em torno de 1 micrômetro de diâmetro, um tamanho considerado ideal para filtrar a luz do sol refletida pela lua.
Sabe-se que a luz do sol formada pela soma de todas as cores do espectro visível foi filtrada ao passar pelas cinzas geradas pela erupção do vulcão, o que provocou uma atenuação de tons mais quentes, enquanto que liberou a passagem de tons mais frios, o que aí sim favoreceu a observação da lua em tonalidade azulada.
Entretanto, a lua não muda de cor somente para azul em casos de erupções vulcânicas da proporção como o Krakatoa, outros fenômenos também são capazes de alteração a coloração que os humanos costumam ver o astro. Queimadas florestais, por exemplo, também liberam cinzas do tamanho apropriado e impulsionam a mudança da cor da lua.
Já falamos muito disso em outros momentos, mas aquela lua alaranjada que muita gente acha bonito é resultado da liberação dessas partículas com menos de um micrômetro de diâmetro, causando assim, o efeito contrário da erupção vulcânica, filtram a cor azul e favorecem os tons mais quentes gerando assim a lua com coloração alaranjada. Tal fenômeno aconteceu recentemente, em 2019, devido ao registro de queimadas na Amazônia que mais tarde foram comprovadas como criminosas.