Focos de incêndio no pantanal é 900% maior em relação a 2023, segundo os dados do INPE

O ano de 2024 já registra um aumento de 900% do número de focos de incêndio em comparação ao mesmo período de 2023, segundo INPE. Seca severa avança sobre os estados de Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.

Pantanal
Pantanal bate mais um recorde de focos de incêndio, cerca de 900% de aumento. Foto: Bruna Obadowski.

Mais um recorde de queimadas foi registrado no Brasil, desta vez no Pantanal! Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e revelam um aumento exorbitante no número de focos de incêndio nos primeiros meses do ano, sendo considerado o maior registrado desde 2020.

Nove recorde de queimadas é registrado no Pantanal

Com precipitação abaixo das médias históricas desde o final de 2023, o bioma Pantanal já registrou 1.069 focos de incêndio entre 01 de janeiro e 06 de junho, um aumento de 900% em comparação com o mesmo período de 2023, quando foram registrados 100 focos.

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Quantidade de focos de incêndios nos primeiros 5 meses do ano mostra aumento de 900%. Fonte: Programa Queimadas/INPE.

O número de focos deste ano é considerado o segundo maior dos últimos 15 anos. Climatologicamente, os incêndios no Pantanal se concentram entre agosto e outubro, que é considerado o período seco com um pico de focos de incêndio no mês de setembro. A combinação de pouca precipitação e o acúmulo de matéria orgânica seca ajuda a intensificar os incêndios no Pantanal.

Os novos recordes de focos de incêndio vêm logo depois de um pico de queimadas no final de 2023.

No início de 2023, os efeitos do El Niño já eram esperados, mas no segundo semestre, o fenômeno atrasou o período chuvoso e ocasionou uma explosão de queimadas em novembro, quando já deveria estar chovendo no Pantanal.

O Serviço Geológico Brasileiro informou que o Rio Paraguai apresenta os menores níveis da história. Em Porto Murtinho, localizado em Mato Grosso do Sul, a altura do rio está abaixo de 2,5 metros desde o início do ano, enquanto o esperado para este período é cerca de 2,5 e 5,5 metros. E a previsão para o segundo semestre é de que os níveis continuem abaixo da média.

Houve piora nos índices de seca no Pantanal!

No início de abril deste ano, os pesquisadores brasileiros já alertavam sobre a seca histórica que o bioma Pantanal poderia enfrentar em pleno período chuvoso. Com uma seca tão intensa, já era previsto que o Pantanal iria sofrer ao longo de 2024 com baixo nível dos rios, altas temperaturas e alta probabilidade de incêndios florestais.

Nós noticiamos aqui que por conta do alerta de chuvas abaixo da média, o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental no dia 9 de abril, por 180 dias. No mês seguinte, em maio, a Agência Nacional de Águas (ANA) avaliou que os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso já se encontram em situação de seca.

O Monitor de Secas é utilizado para monitorar os períodos de estiagem no Brasil, capaz de acompanhar a continuidade de secas e o grau de severidade com impactos associados, pois os efeitos da seca podem gerar prejuízos incalculáveis. Ou seja, é observado o surgimento, desaparecimento, evolução e involução do fenômeno de seca.

Seca extrema
Monitor de secas atualizado mostra o avanço da seca nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No estado do Mato Grosso do Sul, devido às chuvas abaixo da média, houve o avanço da seca fraca e moderada no centro-sul do estado. E no estado vizinho, Mato Grosso, também foi observado o avanço das secas moderadas no noroeste, grave no leste e norte, e seca extrema no oeste do estado.