Furacão Lorenzo atinge a categoria 5 e faz história no Atlântico Norte
O furacão Lorenzo surpreendeu a comunidade meteorológica e nas últimas horas alcançou a categoria 5, com ventos de até 260 km/h. Um furacão recorde na região oriental do Atlântico, que nos próximos dias mudará a sua trajetória rumo ao nordeste do oceano. Será que atinge a a Europa? Contamos aqui.
E de novo, o Atlântico volta a surpreender nesta temporada de furacões. Lorenzo já alcançou nas últimas horas a categoria 5. Um monstro de 1300 quilómetros de diâmetro cuja pressão baixou até aos 925 hPa, com ventos de até 260 km/h. Contudo, o mais significativo e preocupante é que se trata do furacão mais intenso desde que existem registos na região oriental do Atlântico, por volta de 45º oeste, superando o anterior recorde detido pelo furacão Hugo (54,6º oeste) em 1989.
Jamais se tinha registrado um furacão categoria 5 tão perto da Europa desde que temos imagens de satélite. Nas últimas horas, Lorenzo se intensificou depois do processo de transformação do olho ao encontrar condições muito favoráveis: águas muito quentes (27-28ºC), fraco cisalhamento vertical e pouco ar seco na sua área de influência. No entanto, poucas previsões apostavam que alcançaria a máxima categoria. Durante os próximos dias o acompanhamento da sua evolução será determinante para ajuste das previsões. Segundo o Centro Nacional de Furacões, o sistema se desloca para o nordeste, enfraquecendo e atigindo os Açores entre terça-feira à tarde e quarta-feira, chegando como furacão de categoria 2 ao arquipélago, com uma condição muito complicada nas ilhas ocidentais.
Nas proximidades dos Açores ocorrerá o processo de extratropicalização, podendo alcançar as Ilhas Britânicas durante a tarde de quinta-feira como ciclone extratropical, ainda que alguns modelos não descartem que atinja terra firme como tempestade tropical. A Europa receberá influência da forte ondulação associada ao Lorenzo, que inclusive pode alcançar a costa dos Estados Unidos. Não obstante, há bastante incerteza nas previsões, como costuma ser habitual nestes sistemas, com modelos prevendo que se dirija para o sul da Gronelândia ou Islândia, absorvido pela circulação do oeste; outros que mantêm a sua trajetória até a Grã-Bretanha, e com menor probabilidade quem atinja a Península Ibérica.