Gripe aviária (H5N1) avança entre mamíferos e preocupa cientistas
A morte do urso polar foi confirmada pelo Departamento de Conservação Ambiental do estado do Alasca. É o primeiro registro oficial de óbito por H5N1 em ursos polares até então. O amplo espalhamento do vírus vem preocupando especialistas.
Recentemente, o The Guardian noticiou a morte de um urso polar por gripe aviária (H5N1), confirmada pelo Departamento de Conservação Ambiental do estado do Alasca. É possível que haja subnotificação desse dado, com outras possíveis mortes de ursos polares não percebidas.
O caso
Segundo a reportagem, ursos polares são consideradas "espécies vulneráveis na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), principalmente devido à perda de gelo marinho".
A Divisão de Saúde Ambiental do estado do Alasca registrou casos de gripe aviária (H5N1) em animais selvagens, como aves e raposas, e o primeiro caso em aves domésticas (em um bando não comercial de galinhas e patos), em abril de 2022.
Com registros de casos globalmente, especialistas se preocupam com o avanço do vírus, especialmente entre os mamíferos, e as possíveis consequências para a nossa espécie.
Sobre a gripe aviária (H5N1)
Em abril de 2023, publicamos um artigo sobre a gripe aviária (H5N1) em que, na época, já estava relacionada à causa de óbito de milhares de mamíferos em diferentes partes do mundo.
Com mais casos em diferentes mamíferos, existe o risco de alterações no material genético do vírus que possam favorecer uma maior adaptação para a transmissão em mamíferos, o que pode trazer maior riscos para outras espécies, como a nossa. Atualmente, não temos registrada a transmissão entre humanos, mas há casos esporádicos registrados.
Desastre ecológico
Especialistas alertam para o impacto da circulação da gripe aviária (H5N1) em diferentes espécies. Em maio de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) decretou, por 180 dias, a emergência zoossanitária devido à gripe aviária no país.
Com a migração de aves, o risco de propagação do vírus é ainda maior. Segundo reportagem do G1, em 2023, "dos quase 150 focos até o momento, a grande maioria foi em aves migratórias"