"Guia do Mochileiro do fim do mundo": não entre em pânico, consulte o Dicionário do Clima

Conheça o “Dicionário do clima”, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, documento que visa facilitar o entendimento dos termos frequentemente utilizados para falar da crise climática.

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“Fale clima fluentemente”: com explicações de fácil entendimento, a proposta é a disseminação do conhecimento como arma contra a crise climática. Créditos: PNUD.

Se o aquecimento global parece tão confuso quanto o universo, o “Dicionário do Clima”, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é a sua toalha indispensável! Com 40 termos explicados de forma simples e direta, ele te ajuda a entender a crise climática.

A referência à toalha vem do clássico da ficção científica "O Guia do Mochileiro das Galáxias", de Douglas Adams. No livro, a toalha é descrita como o item mais útil que um mochileiro intergaláctico pode ter: ela pode ser usada para se secar, como cobertor, vela, arma improvisada e até como símbolo de confiança entre os viajantes.

Assim como a toalha é um símbolo de sobrevivência indispensável para um mochileiro intergaláctico, a educação ambiental é essencial para equipar as pessoas com o conhecimento necessário para participar ativamente das discussões climáticas e cobrar ações efetivas. Afinal, informação é a chave para que o tema deixe de ser apenas um debate técnico e se torne uma força catalisadora de mudanças sociais e políticas.

Adaptação, mitigação, pegada de carbono, justiça climática… ouvimos esses termos o tempo todo, mas você já parou pra pensar no significado deles? Confira agora a explicação de alguns termos importantes, com base no Dicionário do Clima.

Aquecimento Global x Mudanças Climáticas

O aquecimento global é o aumento da temperatura média da superfície da Terra devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, que retém mais calor. Suas principais causas: queima de combustíveis fósseis, desmatamento e criação de gado.

Já as mudanças climáticas referem-se às alterações de longo prazo no clima da Terra, incluindo o aquecimento da atmosfera, dos oceanos e da terra. Seus impactos incluem eventos climáticos extremos (furacões, ondas de calor, secas, inundações), elevação do nível do mar, derretimento de geleiras, erosão costeira e desequilíbrio dos ecossistemas, afetando a biodiversidade e a saúde humana.

Gases de Efeito Estufa (GEE)

São compostos como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), que retêm calor na atmosfera e aquecem o planeta. Atividades humanas aumentaram suas concentrações desde a era industrial.

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Atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis, desmatamento e agricultura, vêm aumentando a concentração de GEE. Créditos: PNUD.

O efeito estufa é um efeito natural e essencial para a manutenção da vida na Terra, uma vez que ele mantém as temperaturas na faixa 'habitável', mas o aumento da concentração desses gases está criando uma ‘tampa’ na atmosfera, retendo mais calor próximo à superfície.

Mitigação

Mitigação refere-se a ações para reduzir ou evitar as emissões de GEE, diminuindo a gravidade das mudanças climáticas. Isso inclui iniciativas como aumentar o uso de energias renováveis, melhorar a eficiência energética e conservar florestas. Para limitar o aquecimento global a 1,5 °C, é necessário reduzir as emissões em 45% até 2030 e alcançar zero líquido até 2050, conforme o Acordo de Paris.

Adaptação

A adaptação às mudanças climáticas envolve ações para reduzir a vulnerabilidade a impactos como eventos extremos, elevação do nível do mar e insegurança alimentar e hídrica. Mesmo com a redução de emissões, os efeitos das mudanças climáticas continuarão, exigindo medidas em níveis local, nacional e internacional.

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No nível local, ações incluem agricultura resiliente à seca, manejo de água e defesas contra desastres. Créditos: PNUD.

Governos devem reforçar infraestruturas, aprimorar sistemas de alerta, desenvolver seguros climáticos e proteger ecossistemas naturais.

Pegada de carbono

A pegada de carbono mede as emissões de GEE geradas por pessoas, organizações ou atividades, refletindo sua contribuição para a crise climática. Ela inclui emissões diretas, como o uso de combustíveis fósseis, e indiretas, como a produção de alimentos e bens. Para reduzir a pegada de carbono, é essencial adotar energia de baixo carbono, melhorar a eficiência energética, mudar hábitos de consumo e viagem, reduzir o desperdício de alimentos e diminuir o consumo de carne.

Mercados de carbono

Os mercados de carbono incentivam financeiramente a redução ou remoção de emissões de GEE por meio da negociação de créditos de carbono, cada um representando uma tonelada de CO₂ ou equivalente.

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Créditos de carbono são fornecidos por entidades privadas ou governos que criam programas para reduzir emissões, com certificação de terceiros. Créditos: PNUD.

Esses créditos podem ser adquiridos por países, corporações ou indivíduos para cumprir metas climáticas ou compensar emissões.

Ponto de Não-Retorno

O ponto de não retorno o limite crítico onde os impactos das mudanças climáticas tornam-se irreversíveis, como o colapso de calotas polares ou a morte em larga escala de florestas tropicais. Após esse ponto, os processos naturais podem amplificar o aquecimento global, dificultando ou impossibilitando a recuperação.

Justiça climática

A justiça climática coloca a equidade e os direitos humanos no centro das ações sobre mudanças climáticas. Ela reconhece a responsabilidade histórica desigual, atribuindo maior obrigação aos países, indústrias e empresas que mais contribuíram para a crise, especialmente para apoiar as comunidades vulneráveis que menos emitiram gases de efeito estufa.

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Também aborda desigualdades internas de raça, gênero e status socioeconômico, defendendo uma divisão justa de responsabilidades. Créditos: PNUD.

Além disso, destaca o aspecto intergeracional, garantindo que os jovens, que enfrentarão os maiores impactos, tenham voz central nas decisões climáticas.

Referência da notícia

Dicionário climático: guia diário para mudanças climáticas - PNUD, 2022.