Hidrogênio verde: empresas alegam altos custos de investimento e cancelam projetos em todo o mundo
Companhias de vários países alegam custos elevados de investimentos e falta de viabilidade, e por isso estão cancelando projetos de produção desse combustível renovável em todo o mundo.
O hidrogênio verde (H2) é um combustível renovável, uma fonte de energia limpa que pode ser utilizado em diversas aplicações, como fonte de geração de energia em usinas elétricas. Esse combustível só emite vapor d’água e não deixa resíduos no ar, ao contrário do carvão e do petróleo.
Tem se falado muito nos últimos anos sobre o hidrogênio verde, já que ele é uma alternativa para reduzir as emissões e cuidar do nosso planeta. Ele é 100% sustentável, não emite gases poluentes (nem durante a combustão nem durante sua produção), é armazenável e versátil.
Contudo, a má notícia agora é que algumas empresas estão reduzindo planos de investimento diante de custos elevados, o que indica uma evolução mais lenta da adoção desse combustível do que se previa. Veja mais detalhes abaixo.
Cancelamento de projetos de hidrogênio verde
A realidade é que a produção de hidrogênio verde tem enfrentado desafios devido ao alto custo para isso. Nos últimos meses, alguns dos maiores desenvolvedores do combustível limpo cancelaram projetos, diminuíram os pedidos e reduziram seus investimentos.
Infelizmente, o combustível ainda é caro demais para conseguir estimular a demanda em muitos setores da economia ao redor do mundo. Os principais desafios são os custos dos equipamentos e da eletricidade (proveniente de fontes de energia renovável), que são bem mais altos quando comparados ao custo dos combustíveis fósseis.
Mas outras questões como a eficiência da eletrólise, a necessidade de alcançar escala na produção e os desafios logísticos e de infraestrutura também são fatores que impactam o preço do combustível.
No dia 3 de outubro deste ano, a Origin Energy, uma companhia petrolífera da Austrália, cancelou um projeto que visava produzir o combustível renovável em uma área industrial no leste do país. O CEO da empresa, Frank Calabria, disse em um comunicado: “Ficou claro que o hidrogênio está se desenvolvendo mais lentamente do que o previsto, e ainda há riscos e avanços tecnológicos e de custo de insumos a serem superados”.
Também no início de outubro, outra empresa recuou nos seus planos. A norueguesa Nel ASA, uma companhia global de hidrogênio que fabrica as máquinas que produzem hidrogênio verde, comentou que a empresa Hy Stor Energy cancelou um pedido de 1 gigawatt de equipamento.
Conforme comenta o site Bloomberg Línea, o CEO da Liebreich Associates e sócio da EcoPragma Capital, Michael Liebreich, disse que além desses cancelamentos, companhias menores provavelmente também estão fazendo o mesmo com muitos outros projetos, sem que isso se torne conhecido e ganhe visibilidade.
“Quanto mais realismo houver, melhor, porque podemos concentrar tempo, capital e talento em coisas que funcionarão, e não em coisas que não funcionarão”, disse Liebreich à Bloomberg News.
Contudo, espera-se que com a evolução tecnológica, com o aumento da demanda de eletrolisadores através da disponibilização de subsídios governamentais, e com a livre concorrência, o custo do combustível limpo diminua no futuro.
Referência da notícia:
Bloomberg Línea. “Hidrogênio verde: empresas cancelam projetos e alegam falta de viabilidade”. 2024.
Petronotícias. “Alto custo para produção de hidrogênio verde está paralisando grandes projetos em todo o mundo”. 2024.