Imagens de satélite mostram uma multidão no aeroporto de Cabul
Milhares de pessoas estão lutando para escapar do pesadelo que é o Afeganistão, e o aeroporto de Cabul é sua única salvação. Embora a cada dia que passa essa possibilidade diminua, as imagens de satélite mostram a realidade que aí existe.
Desde que os Estados Unidos anunciaram que estavam deixando o Afeganistão, os acontecimentos se aceleraram naquele país já convulsionado. O Taleban avançou por todo o território e o governo de Ashraf Ghani desapareceu a ponto de o presidente deixar o país. Em poucas horas, o Taleban assumiu o controle de Cabul, a capital, e o caos e o perigo extremo cobriram todo o país. A verdade é que milhares de afegãos correram para o aeroporto na esperança de poder deixar o país.
Muitas dessas pessoas colaboraram com os diferentes países que foram implantados no país e temem represálias do Taleban. É preciso lembrar que o Taleban já exerceu o poder aplicando sua própria interpretação da sharia, que entre outras coisas, elimina as mulheres da vida pública e transforma suas vidas em uma tragédia.
Uma multidão se reuniu no Aeroporto Internacional de Cabul antes que duas explosões mataram e feriram dezenas de pessoas na quinta-feira, 26 de agosto. Diante dessa realidade que abre as portas para uma nova crise humanitária, a tecnologia de imagens de satélite permite conhecer a realidade daquela região, principalmente antes dos supostos atentados terroristas.
O olho do satélite no aeroporto de Cabul
As imagens da Maxar Technologies, e publicadas pela LiveScience, Tomadas por vários dias, elas mostram centenas de pessoas lotando os portões do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul. No caos dos primeiros dias após a chegada do Taleban à capital, algumas pessoas se agarraram aos aviões decolando e caíram no vazio.
Na quinta-feira passada, houve pelo menos duas explosões, uma no portão da Abadia do aeroporto e outra nas proximidades hotel Baron. ISIS-Khorasan, o braço do Estado Islâmico no Afeganistão e Paquistão (inimigo do Talibã), emitiu um comunicado assumindo a responsabilidade pelo ataque, conforme relatado The Washington Post. E no fim de semana passado o governo americano alertou para uma grande probabilidade de novos ataques. Pelo menos uma pessoa relevante da organização que executou os ataques foi morta por drones e mísseis com destino ao aeroporto foram interceptados.
A verdade é que, para muitos afegãos, o aeroporto era a única porta de saída desse inferno, uma esperança que parece estar chegando ao fim. O governo inglês, por sua vez, já encerrou a operação de resgate e lamentou não ter conseguido resgatar todas as pessoas que colaboraram com este país. O mesmo acontecerá com as pessoas que ajudaram os Estados Unidos. Em suma, são deixados por sua própria conta. A Espanha, com muitos afegãos no Afeganistão, também retirou seu povo e, no processo, trouxe dezenas de afegãos para a Espanha.
A porta de saída que se fecha mais a cada dia
As circunstâncias no Afeganistão se desenvolveram semanas após o vigésimo aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos. Os eventos de 11 de setembro de 2001 são amplamente interpretados como a principal causa da ofensiva militar dos EUA no Afeganistão no início dos anos 2000. Embora o grupo Talibã tenha tentado tranquilizar a comunidade internacional sobre sua política, na realidade seus gestos não são muito credíveis, especialmente para os afegãos que não têm outra opção a não ser continuar com suas vidas lá.
Em meio a essa situação extrema, as imagens de satélite de alta definição fornecem muitas informações sobre eventos como este a que nos referimos, sendo de vital importância para retratar eventos onde há poucas testemunhas que podem documentá-los, ou para obter uma perspectiva maior sobre eles.
Uma das imagens mais impressionantes fornecidas pela Maxar é a que nos primeiros dias mostra uma multidão na pista de taxiamento do aeroporto enquanto um avião da Turquia se preparava para tomar posição. As condições de segurança são inexistentes e o futuro parece muito difuso.