Impossível salvar o planeta sem a ajuda de grandes empresas
A luta é árdua e lenta, e sem a ajuda dos grandes pode ser até mesmo impossível. Afinal, salvar o clima e o planeta deveria ser de interesse geral. As grandes empresas podem e devem assumir um papel fundamental nessa batalha.
Segundo Fabiana Alves, coordenadora de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil, não dá para salvar o clima sem a ajuda das grandes empresas. A luta é árdua e lenta, mas não pode parar, e com a ajuda dos grandes pode ser mais fácil.
Após o posicionamento da ativista, fica o questionamento: o que Amazon, Apple, Google, Nestlé e Unilever têm em comum? Pois é, todas passaram por uma análise em um estudo que tinha a finalidade de avaliar as estratégias climáticas de grandes potências no mercado que se comprometeram em zerar sua emissão de carbono.
Diferente de alguns anos atrás, hoje as empresas, não todas elas infelizmente, demonstram preocupação com o meio ambiente. Como garantir então, que essas metas de diminuição e até mesmo total corte de emissão de gases sejam realmente atingidas pelas grandes marcas?
Pesquisa
O Monitor de Responsabilidade Climática Corporativa do New Climate Institute, examinou um total de 25 empresas, entre as quais, apenas três delas foram eleitas como realmente comprometidas em remover 90% das emissões de carbono: Maersk, Vodafone e Deutsche Telekom.
A Amazon se posicionou e em nota disse que faz parte de sua meta neutralizar o carbono até 2040. Em seu trajeto no mercado, a empresa tentará utilizar 100% de energia renovável até 2025.
Para os cientistas que estudam o clima há décadas, a neutralidade da emissão de carbono precisa ser alcançada até 2025 a nível global para ser capaz de reduzir os aumentos na temperatura médio do planeta, o que evitaria então, uma crise global sem precedentes.
Fabiana diz não ser possível combater as mudanças climáticas sem o comprometimento de grandes empresas. Isso porque a maior parte das emissões de gases de efeito estufa estão ligados a elas. A população até pode e deve fazer a sua parte individualmente, mas os maiores emissores ainda são aqueles que detêm mais poder.
Principais metas ambientais
Hoje em dia, a maioria das empresas tem a liberdade para estabelecer as suas próprias metas, seja de emissão de carbono ou outro aspecto relacionado ao meio ambiente.
Para a coordenadora do Greenpeace Brasil, o erro está aí. É preciso que os governos de cada país é que estabeleçam essas metas por meio de leis e que obriguem as empresas a cumprir o que foi estabelecido.
As grandes empresas detêm o maior poder e consequentemente, comprometem mais o meio ambiente, mas é necessário sim que a população pressione os governos a fim de que sejam instituídas leis que obriguem as empresas a diminuírem suas emissões.
O maior problema para ver essa mudança acontecer é a falta de eficiência no modelo de autorregulagem, pois existe um facilidade de se estabelecer um greenwashing, ou lavagem verde, o que significa que uma empresa diz que é ambientalmente correta ou ecologicamente responsável por meio de um produto ou projeto, mas é mentira, explica Marcus Nakagawa, professor da ESPM e especialista em sustentabilidade.
Greenwashing
Fabiana Alves explica que hoje é comum ver bastante greenwashing, especialmente envolvendo carbono neutro, porque as grandes empresas, quando se comprometem a fazer isso, o que estão fazendo na verdade é um esquema de compensação, ou seja, não estão realmente reduzindo suas emissões, estão simplesmente pagando para continuar emitindo, e quem tem mais dinheiro, paga mais.
É difícil, mas é preciso ficar atento para evitar o greenwashing, onde o consumidor é um sujeito extremamente necessário para que ocorra uma verdadeira mudança nesses setores. Ou seja, a cada dia mais, o público consumidor está mais consciente, mas também precisa de posicionar e pressionar para que as grandes empresas sejam realmente responsáveis pelo o que estão fabricando e emitindo no planeta.