Inacreditável! 1º Congresso de Terraplanistas ocorre nas Ilhas Baleares

O primeiro encontro terraplanista das Ilhas Baleares acontecerá dia 18 de Setembro, sinalizando um crescimento acelerado do movimento ao redor de todo o planeta - mesmo sem evidências concretas para suportá-lo.

Congressos terraplanistas chegam até as Ilhas Baleares
O primeiro encontro terraplanista das Ilhas Baleares acontece dia 18 de Setembro e mostra um crescimento acelerado do movimento ao redor de todo o planeta.

No dia 18 de setembro, mais de uma centena de pessoas se reunirão na ilha de Menorca para o primeiro encontro terraplanista nas Ilhas Baleares. De acordo com a imprensa local, espera-se participantes das demais ilhas do arquipélago e da península.

A iniciativa surgiu quando um evento terraplanista em Barcelona teve ingressos esgotados em pouquíssimo tempo. Três habitantes da ilha propuseram então palestras locais, para que as pessoas que ficaram de fora do evento principal também sejam capazes de aprender mais sobre “a grande mentira e fraude de que vivemos em um globo”.

Cartaz de divulgação do evento "I Encuentro Tierra Plana Menorca" (imagem: ARA Balears)

E de fato, a procura foi tanta que o espaço inicialmente previsto para o congresso terá de ser substituído por outro maior. Estarão presentes referências do pensamento terraplanista como Iru Landucci, da Argentina; os irmãos catalães Jordi e David Barea; e Martín Rodríguez, do Uruguai.

A popularização da Terra Plana

Filósofos gregos como Aristóteles, que viajou para o Egito e descobriu que lá haviam constelações diferentes, já formularam a dois mil anos atrás a hipótese de que a Terra era esférica. Estudiosos islâmicos fizeram medições avançadas da circunferência do planeta nos anos 800, enquanto navegadores europeus circularam a Terra na época em que o Brasil foi descoberto.

A ideia de que a terra era plana, portanto, permaneceu morta durante séculos e ressurgiu apenas em 1800. Este renascimento foi impulsionado por autores como Samuel Rowbotham, que pretendiam interpretar a bíblia de uma maneira mais literal e reagir ao progresso científico.

Ainda assim, foi só nos anos 2000, com o advento da Internet, que a ideia começou a ser divulgada de maneira mais ampla. Apesar de não haver provas fundamentadas de que a Terra seja plana, o número de seguidores dessa crença continua aumentando, graças a três razões principais:

  • Fé em uma interpretação literal da bíblia;
  • Crença de que a ciência é liderada por entidades corruptas e conspiratórias e, portanto, não é confiável;
  • Uma interpretação extrema do livre-pensamento.

A meteorologia prova que a Terra não é plana

Ainda assim, tudo ao nosso redor, sob um olhar mais profundo, sugere que a terra é esférica. Os satélites que giram ao redor do planeta, por exemplo, são capazes de fotografar tempestades em tempo real - e mostram um planeta esférico.

Clique em Satélite, aqui no site, e confira as imagens. É fácil verificar que as tempestades retratadas são reais, especialmente quando houver uma passando pela sua casa.

Também é fácil perceber alguns padrões - como a ausência de furacões na região equatorial, ou o fato de que tempestades giram em sentido anti-horário no hemisfério norte e horário no sul.

Estes são fenômenos meteorológicos que só podem ser explicados em um planeta esférico e nunca ocorreriam em uma terra plana - devido à ausência da força de coriolis.

Por fim, auroras boreais são vistas no polo norte da Terra, assim como auroras austrais no polo sul. A conclusão lógica é que ambos são equivalentes, como os pólos de um ímã - assim como já observamos em outros planetas esféricos.

A existência de auroras austrais na Terra é incompatível com a teoria da Terra Plana, que prevê o continente antártico como uma “parede” ao redor do disco plano. Isso tudo sem nem começar a mencionar as fases da lua e os eclipses lunares.

Por fim, vale notar que terraplanistas são, geralmente, pessoas dotadas de uma capacidade incrível de desafiar o status-quo e buscar a verdade. Não cabe aos cientistas, portanto, condenar e excluir seu livre-pensamento - mas sim buscar pontes e diálogos entre estas pessoas e a ciência, de maneira a formar, quem sabe, futuros grandes pesquisadores.