Inverno termina com recordes de calor pelo Brasil
Desde o feriado da Independência, as temperaturas seguiram um aumento gradativo pelo interior do país. O forte aquecimento esteve acompanhado ainda de valores de umidade relativa do ar prejudiciais à saúde, condições praticamente típicas de desertos.
Embora seja comum o aquecimento que antecede à chegada da primavera, várias estações meteorológicas pelo Brasil registraram recordes de temperaturas máximas em diversas cidades. Contudo, a Região Centro-Oeste liderou o ranking dos municípios mais quentes nas últimas tardes do inverno astronômico.
No Estado do Mato Grosso, a capital Cuiabá registrou 42,6°C no dia 16 de setembro. Esta foi a maior temperatura do ano na cidade e a mais alta observada em 108 de medições, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A temperatura de 42,6°C em Cuiabá passou a ser considerada uma das mais altas já registradas no país.
Representando a Região Norte, a cidade de Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, também teve seu recorde um dia após o de Cuiabá. Na tarde do dia 17 de setembro, o termômetro em Porto Velho alcançou 40,7°C. Esta temperatura é uma das maiores em décadas para a cidade.
Na Região Sudeste, a estação meteorológica do INMET na capital paulista, em Interlagos, registrou 35,9°C no último dia 12. Trata-se do dia mais quente para setembro na cidade de São Paulo desde o começo das medições do INMET em 1943. Minas Gerais também não ficou fora da rota do calor, Belo Horizonte com seus 35,5°C, teve o dia mais quente do ano de 2019 e para um mês de setembro.
Por que tanto calor?
O padrão de tempo quente e seco que atua no Brasil divide a opinião pública. Há quem adora condições como essa, mas existem também os que temem. A persistência de um certo padrão de tempo numa determinada região, decorre do que os meteorologistas chamam por bloqueio atmosférico.
Aqueles que são mais adeptos da meteorologia ou adoradores do tempo, possuem uma relação de amor e ódio com um sistema meteorológico denominado Alta Pressão Subtropical do Atlântico Sul (ou ASAS para os mais íntimos). Isso porque, esta alta pode atuar como um bloqueio sobre o continente, não permitindo a entrada dos sistemas causadores de chuvas no Brasil.
Quando ocorre uma situação de bloqueio, os movimentos descendentes do ar em grande escala inibem a formação de nebulosidade. Com o céu quase sem nuvens, a radiação solar que nesta época já começa a aumentar, atinge com força a superfície terrestre e gera um forte aquecimento. Além disso, os ventos de norte ajudam a transportar o calor do trópico para as latitudes maiores. Estes fatores explicam as altas temperaturas de setembro.