La Niña pode ser mais fraco do que o esperado em 2024, com impactos apenas para o final do ano!
Com o fim do El Niño cada vez mais próximo e a La Niña dando seus primeiros sinais, as previsões dos modelos se ajustaram e passaram a indicar que provavelmente essa La Niña não será tão intensa.
O Oceano Pacífico Tropical continua seu lento processo de transição de fases do padrão climático El Niño - Oscilação Sul (ENOS), com a fase positiva, o El Niño, quase terminando e a fase negativa, a La Niña, já dando indícios de sua formação!
O El Niño, após várias semanas em processo de enfraquecimento, finalmente está dando seus últimos suspiros, com a última anomalia semanal de Temperatura da Superfćie do Mar (TSM) na região do Niño 3.4, região oficial de monitoramento do ENOS, registrando +0.5°C, valor considerado o limiar do El Niño, abaixo disso (e acima de -0.5°C) consideramos o ENOS em fase neutra. Portanto, nas próximas semanas o El Niño terminará de vez!
Enquanto isso, na porção mais a leste do Pacífico Tropical já são registradas anomalias negativas de TSM, mais próximas à costa da América do Sul e em uma área mais restrita, mas que, de qualquer forma, já começa a indicar o surgimento e desenvolvimento da La Niña. As regiões do Niño 1.2 e Niño 3, que ficam mais próximos a América do Sul, registraram valores negativos de TSM nos últimos dias.
Entretanto, assim como o El Niño tem demorado meses nessa fase final de seu ciclo de vida, a La Niña demorará meses até se desenvolver e se consolidar oficialmente, conforme mencionamos em artigo anterior, tomando forma somente no segundo semestre de 2024.
Quão forte será a próxima La Niña?
Desde as primeiras previsões de retorno da La Niña, muitas incertezas existiam em relação ao evento, principalmente em relação a sua intensidade. Porém, ao nos aproximarmos de seu começo, os modelos passam a se ajustar e a convergir para uma previsão mais acurada.
Antes, muitos modelos colocavam a futura La Niña com intensidade forte já no segundo semestre de 2024, porém, a cada atualização das rodadas, temos observado que os modelos têm diminuído a intensidade do evento. Esse é o caso do modelo norte-americano climático CFSv2.
Há três semanas, o modelo CFSv2 indicava que a região do Nino3.4 já ficaria com temperaturas abaixo da média na região do Niño 3.4 no mês de Maio e a partir de então começaria um resfriamento abrupto das TSMs, com possibilidade de atingir entre -1.7 e -2ºC em Outubro e Novembro seria o mês de maior intensidade da La Niña, atingindo os -2ºC, o que classificaria o evento como La Niña forte.
Entretanto, a previsão mais recente do CFSv2, do dia 06 de maio, mostra uma previsão menos impactante em relação às temperaturas da região do Niño3.4. Para o mês de Maio, a previsão é que as temperaturas fiquem em torno da média e o pico de intensidade da La Niña ocorreria mais cedo e com menor intensidade, próximo do mês de outubro e com anomalia em torno dos -1.5ºC. O que indica que a La Niña será no máximo de intensidade moderada e seus impactos mais significativos no clima ocorrerão somente nos últimos meses de 2024.
A última pluma de modelos do IRI (International Research Institute for Climate and Society), mostra também diversos outros modelos prevendo uma La Niña com máximo de intensidade acima de -1.5ºC, com as médias dos modelos estatísticos, dinâmicos e de consenso do CPC bem acima desse limiar durante o pico de intensidade máxima do evento nos últimos três meses de 2024. Resultados que também sugerem que a La Niña será de intensidade fraca a moderada.