Lagoa com água rosa na Patagônia, até onde vai a poluição humana?

Resíduos industriais de produtos químicos utilizados na preservação de camarões, poluem e deixam a água da lagoa de Corfo cor de rosa no sul da Patagônia, na Argentina. Moradores se queixam do mau cheiro, além é claro, das questões ambientais.

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Poluição deixa rio rosa no sul da Patagônia, na Argentina. Foto: AFP

Produtos químicos utilizados na preservação de camarões, eis os vilões que tornaram a água de uma lagoa cor de rosa. Tudo isso não é cena de filme, é real e é a pura imagem da negligência da humanidade e das autoridades locais, o desastre ambiental foi registrado no último domingo (25) no sul da Patagônia, na Argentina.

A coloração se deve ao sulfito de sódio, conservante antibacteriano usado na preservação de camarões para exportação, que contamina as águas do rio Chubut e de cidades da região.

A lagoa de Corfo é alimentada pelo rio Chubut que tem sofrido com o despejo de resíduos industriais. A contaminação da água e da área em seu entorno preocupa moradores da região.

A cor rosada não causará danos e deve desaparecer dentro de poucos dias - Juan Micheloud, chefe de controle ambiental da província de Chubut.

Em resposta à fala de Micheloud, Sebastian de la Vallina, secretário de planejamento da cidade de Trelew que tem 120 mil habitantes, discorda e pontua que não é possível minimizar um erro tão grave. Não é de hoje que as questões ambientais preocupam, uma vez que afetam a vida dos moradores e também do ecossistema.

Protestos

Moradores reclamam do mau cheiro e da proliferação de insetos, além da falta de comprometimento com os leitos e rios. Em protesto, houve bloqueios de estradas que normalmente são utilizadas para o transporte dos resíduos de peixes. Apesar dos protestos, a indústria continua e a pergunta é: até onde vai a poluição humana?

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Moradores protestam contra a poluição de lagoa por resíduos químicos de camarões no sul da Patagônia. Foto: AFP

O ativista ambiental Pablo Lada relata que é preciso uma responsabilização pela poluição e toda consequência gerada à vida de todos a volta do lago. Quem deve controlar o despejo dos resíduos são os mesmos que autorizam o envenenamento das pessoas.

O outro lado da história

Apesar da poluição e todo o protesto feito pelos moradores da região, as mesmas fábricas que despejam os resíduos e poluem os rios e lagos, são as que geram milhares de empregos para os residentes de Chubut, que abriga cerca de 600 mil pessoas.

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Tonalidade da água de uma lagoa na Patagônia muda sob poluição. Foto: AFP

Lada concorda que o processamento do pescado gera emprego e ajuda na economia da região, entretanto, vale ressaltar que as empresas são multimilionárias e devem arcar e se responsabilizar de forma correta.

Uma forma disto acontecer seria pagar pelo transporte correto dos resíduos até uma estação de tratamento que existe em Puerto Madryn, ou até mesmo construir uma fábrica mais próxima.