Maior iceberg do mundo se desprende da Antártica
Desde o dia 13 de maio os satélites do programa europeu Copernicus têm acompanhado o desprendimento de um enorme iceberg de uma plataforma de gelo na Antártica. O iceberg, denominado A-76, já é considerado o maior do mundo!
Um enorme iceberg se desprendeu da plataforma de gelo de Ronne no dia 13 de maio e agora está flutuando sobre o Mar de Weddell, uma grande baía no oeste da Antártica. O momento do rompimento foi registrado pelos satélites da missão Sentinel-1 do programa de monitoramento europeu Copernicus.
O iceberg, nomeado como A-76, possui 170 km de comprimento e 25 km de largura, com uma superfície total de 4 320 quilômetros quadrados, o que o torna o maior iceberg do mundo, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês). Os veículos internacionais de imprensa comparam o tamanho do iceberg com a ilha de Majorca, na Espanha, que possui uma área menor que a do iceberg, de 3 640 quilômetros quadrados.
O A-76 ultrapassou o iceberg A-23A, que até então era detentor do título de maior do mundo, com uma área de 3 880 km2. O iceberg A-23A está há muito tempo flutuando no Mar de Weddell e já chegou a ameaçar uma colisão com uma ilha habitada por pinguins na ponta sul da América do Sul.
No mês de fevereiro deste ano o iceberg A-74 também se rompeu na Antártica, mais especificamente da plataforma de gelo Brunt, porém com um tamanho muito inferior ao de A-76, com uma área de 1 270 quilômetros quadrados.
Os nomes dos icebergs são derivados do quadrante antártico no qual foram originalmente avistados. Eles geralmente recebem uma letra referente ao quadrante junto a um número sequencial. Portanto, os icebergs A-76 e A-74 se originaram do mesmo quadrante.
Os cientistas não acham que o rompimento do iceberg A-76 ou A-74 tenha sido uma causa direta das mudanças climáticas provocadas pelas ações humanas, já que o rompimento de grandes pedaços de gelo dessas plataformas que se projetam ao mar fazem parte de um ciclo natural.
“A76 e A74 fazem parte dos ciclos naturais de plataformas de gelo que não geravam nada grande há décadas. É importante monitorar a frequência de todos os rompimentos de icebergs, mas tudo isso é esperado por enquanto” escreveu a pesquisadora Laura Gerrish do British Antarctic Survey.
Entretanto, estudos já mostraram que o continente antártico está aquecendo de forma rápida e algumas plataformas de gelo ao longo da península Antártica sofreram uma rápida desintegração nos últimos anos, um fenômeno que os cientistas acreditam estar relacionado às mudanças climáticas.