Mais da metade dos relâmpagos no Reino Unido deste ano ocorreram em um dia
O fim da última onda de calor no Reino Unido, foi marcado pela ocorrência de relâmpagos, e a relação entre raios e a crise climática ainda está sendo analisada por pesquisadores.
Nos últimos meses, a Europa enfrentou uma das mais intensas ondas de calor, quebrando recordes de temperaturas e afetando milhares de pessoas no continente, que foram afetadas por vários incêndios devido à seca.
Com temperaturas recordes e uma longa seca prevista, as fortes chuvas foram bem recebidas por muitos, mas também produziram chuvas torrenciais que resultaram em inundações e interrupções nas viagens.
Segundo dados do Met Office, o Reino Unido teve 49 mil relâmpagos só este ano. Destes, aproximadamente 26 mil foram apenas entre domingo (14) e segunda (15).
Segundo dados do Met Office, o Reino Unido teve 49 mil relâmpagos só este ano. Destes, aproximadamente 26 mil foram apenas entre domingo (14) e segunda (15).
Embora tenha ocorrido um número desproporcional de trovoadas nesta semana, um estudo analisando dados de 1989 a 2019 mostrou uma diminuição de dias com trovoadas no Reino Unido. Além disso, o número de tempestades aumentou no norte do país e caiu no sul, sendo o verão, a estação mais movimentada.
Relâmpagos e raios ligados às mudanças climáticas
A relação entre raios e a crise climática ainda está sendo analisada por pesquisadores. Estudos de 2014 previram que a frequência de relâmpagos em todo o mundo aumentaria cerca de 12% para cada aumento de 1°C na temperatura global.
Ainda de acordo com Stone, entender mais sobre a frequência das tempestades, tem implicações importantes para aumentar nosso conhecimento sobre futuras mudanças climáticas e eventos severos.
As mudanças climáticas podem estar provocando mais relâmpagos em todo o mundo.
Um aumento de um grau celsius, aumentaria a frequência de relâmpagos em 12%, alertou a Universidade da Califórnia. Além disso, também foi verificado essa relação entre aumento da incidência de raios e mudanças climáticas na região do Ártico, segundo estudo publicado na Geophysical Research Letters.
A urbanização, o aumento da população e um clima mais quente, garantem uma intensificação da exposição humana ao risco de raios. Estudos na Índia, indicam que haverá um aumento na frequência e na intensidade dos relâmpagos até o final deste século, e as áreas costeiras podem estar em maior risco.
Análises realizadas na Índia, estabeleceram uma ligação entre tempestades ciclônicas sobre o mar durante a estação pós monção, que estão conduzindo relâmpagos sobre a região costeira e continental do país.
A distribuição dos raios está diretamente ligada ao clima da Terra, que é impulsionado pela insolação solar. O aquecimento diário e sazonal das massas continentais resulta em grandes flutuações de temperatura, o que influencia a estabilidade atmosférica e o desenvolvimento de tempestades.
Os padrões de tempestades não podem ser alterados, mas a proteção é uma das principais opções disponíveis, com sistemas de detecção de raios atuando como a única maneira confiável e consistente de emitir aviso de raios. Assim, ao implementar medidas simples, como sistema de detecção de raios e aterramento em edifícios, pode-se evitar acidentes.