Marco extraordinário: a sonda Parker "toca" o Sol pela primeira vez
A espaçonave entrou na alta atmosfera em abril, em um marco sem precedentes. Ela continuará realizando órbitas cada vez mais próximas até 2025, em busca de um melhor entendimento de nossa estrela, o Sol.
Uma espaçonave da NASA oficialmente “tocou” o Sol pela primeira vez, entrando em sua atmosfera superior ou coroa solar, para coletar amostras de partículas e campos magnéticos de nossa estrela.
A notícia foi confirmada nesta terça-feira, 14, durante reunião da União de Geofísica dos Estados Unidos e a pesquisa sobre este enorme marco foi publicada na Physical Review Letters.
A sonda solar Parker na verdade voou através da coroa solar em abril durante a oitava aproximação da espaçonave ao sol. Os cientistas disseram que demorou alguns meses para recuperar os dados e depois vários meses para confirmá-los.
Aproximações ao Sol continuam
Lançada em 2018, Parker estava a 13 milhões de quilômetros do centro do Sol quando cruzou pela primeira vez a fronteira irregular e desigual entre a atmosfera solar e o vento solar de saída. A espaçonave entrou e saiu da corona pelo menos três vezes, cada uma com uma transição suave, observaram os cientistas.
Dados preliminares sugerem que Parker também mergulhou na coroa durante sua nona aproximação em agosto, mas os cientistas disseram que mais análises são necessárias. A décima aproximação do Sol foi durante novembro.
Façanha extraordinária
“O fato de a sonda ter tocado o Sol é um momento culminante para a ciência solar e um feito extraordinário”, disse em um comunicado o administrador associado do conselho de missão científica da NASA, Thomas Zurbuchen. Para o cientista, essa conquista permitirá aos pesquisadores conhecer melhor a evolução do astro rei e seus impactos no Sistema Solar, além de poder extrapolar todos os novos conhecimentos obtidos para as estrelas do resto do universo.
"Voando tão perto do Sol, a sonda solar Parker agora detecta condições na camada dominada magneticamente na atmosfera solar, a coroa, que nunca havíamos conseguido antes", disse Nour Raouafi, cientista do projeto Parker do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em Laurel, Maryland.
"Vemos evidências de ela estar na coroa em dados de campo magnético, dados do vento solar e visualmente em imagens. De fato, podemos ver a espaçonave voando através de estruturas coronais que podem ser observadas durante um eclipse solar total”, acrescentou.