Medusas incomuns emergem das profundezas inexploradas do oceano
Uma nova medusa, conhecida como Atolla reynoldsi, foi encontrada por pesquisadores que exploravam a Baía de Monterey, na Califórnia.
Pesquisadores da Califórnia identificaram uma nova espécie de medusa do fundo do mar que vive nas águas ricas em nutrientes da Baía de Monterey. Nomeada de Atolla reynoldsi, a espécie foi finalmente descrita depois de ser vista pela primeira vez há mais de uma década.
A descoberta da A. reynoldsi foi feita por cientistas do Instituto de Pesquisas do Aquário da Bahía Monterey (MBARI), que passaram 15 anos observando e coletando espécimes de medusas na costa da Califórnia.
A. reynoldsi é um tipo de medusa de águas profundas que vive na zona abissal profunda do oceano, entre um e quatro quilômetros de profundidade. Até o momento, existem 10 espécies de medusas Atolla conhecidas pela ciência, distribuídas pelos oceanos da Terra.
A maioria tem sinos escarlates e um tentáculo que é visivelmente mais longo que os outros. No entanto, rastreando milhares de horas de imagens de vídeo, os pesquisadores registraram várias observações de um tipo de medusa Atolla que não possuía o distinto tentáculo longo.
“Estas novas e notáveis medusas ressaltam o quanto ainda temos que aprender sobre o fundo do mar. Com quase todos os mergulhos nas profundezas da Baía de Monterey, aprendemos algo novo”, disse George Matsumoto, especialista sênior em educação e pesquisa do MBARI.
“O trabalho do MBARI para entender o oceano é mais urgente do que nunca, pois o mar profundo e os animais que vivem lá enfrentam um número crescente de ameaças. Não podemos proteger a vida no fundo do mar a menos que a entendamos primeiro”.
Os oceanos profundos revelam outro segredo
A. reynoldsi é relativamente grande em comparação com outras espécies de seu gênero. O maior espécime coletado pelos pesquisadores do MBARI mede 13 cm de diâmetro. No entanto, não é muito comum, tendo sido observado apenas dez vezes desde abril de 2006 até junho de 2021.
Além desta nova espécie de medusa, os pesquisadores também acreditam que suas observações mostram evidências de mais duas espécies de Atolla que são novas para a ciência. No entanto, até agora a equipe não coletou espécimes suficientes dessas medusas para confirmar suas suspeitas.
A descoberta destaca a falta de conhecimento que temos do oceano profundo, muitas vezes descrito como o último grande desconhecido no planeta Terra. As pressões esmagadoras e a escuridão do oceano profundo o tornam um lugar formidável para subsistir, com organismos que exigem adaptações extremas para sobreviver.
Apesar disso, a vida nos oceanos profundos é surpreendentemente diversificada, talvez até rivalizando com a dos ambientes terrestres. Como a maioria das partes mais profundas dos oceanos permanece inexplorada, novas espécies são constantemente descobertas, sem saber que outros segredos estão escondidos lá.
“Nós, coletivamente, a população humana, precisamos dedicar mais tempo e fundos para explorar e aprender sobre o oceano, o maior habitat da Terra”, acrescenta Matsumoto. “É difícil proteger ou preservar um ecossistema quando não sabemos quem vive nesse sistema ou como eles interagem uns com os outros, e os humanos já estão causando impacto no oceano”.