MG registra o maior número de queimadas dos últimos 14 anos
Minas Gerais ocupa o quinto lugar no ranking nacional de queimadas segundo o levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia. Com 1275 focos de queimadas neste final de junho, o estado mineiro apresentou um aumento de 70% com relação ao ano anterior.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INPE) atualizou os dados e colocou Minas Gerais no quinto lugar do ranking nacional de queimadas. Desde o início do ano até agora, foram 1275 focos de incêndio, o que representa um aumento de 70% comparado ao mesmo período do ano passado.
O número quase dobrou de 2020 para 2021, o que assusta a população, provoca perdas em áreas produtoras e preocupa as entidades responsáveis como a Defesa Civil do estado e o Corpo de Bombeiros que vê o trabalho aumentar com as queimadas.
Estações mais secas como outono e inverno sempre se destacam pela falta de chuva, baixos índices de água disponível no solo, baixa umidade relativa do ar, e consequentemente pelo aumento das queimadas.
São nessas estações que o trabalho de combate a incêndios aumenta, no entanto, será que este número assustador é reflexo apenas das estações normalmente secas? Bem, o inverno apenas começou, então a conta vai apenas para o outono?
Falta de chuva em Minas Gerais
Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), a chuva tem ficado abaixo da média climatológica em Minas Gerais, e isso não é de agora.
No mês de janeiro, a anomalia de precipitação ficou negativa em todo o território mineiro. Em fevereiro houve uma mudança de padrão e a chuva ultrapassou a climatologia em grande parte de Minas Gerais, com exceção do extremo sul e do triângulo mineiro. O padrão mais molhado não durou muito tempo, em março veio a quebra da chuva, de novo anomalias negativas em todo o estado.
O segundo trimestre do ano começou também com pouca chuva em Minas Gerais. Em abril, choveu de forma significativa e acima da média apenas no norte mineiro, nas demais regionais anomalia negativa. Em maio o padrão seca foi mantido em praticamente todo o estado, mesmo já com a diminuição que faz parte do outono.
Neste mês de junho, a chuva até tem ocorrido com maior intensidade, acumulando volumes expressivos que ajudaram a ultrapassar a média do período em boa parte da metade sul mineira. Apesar da anomalia positiva, a chuva não tem ocorrido com frequência e sim com maior volume.
Ranking dos últimos anos
Com esses 1275 focos de queimadas alcançados desde o início do ano até agora, Minas Gerais apontou um aumento bastante significativo de 70% com relação aos últimos anos.
O estado não alcança este número há 14 anos, quando em 2007 foram contabilizados, neste mesmo período, 1871 focos de queimadas.
Tempo seco do inverno
O inverno é climatologicamente mais seco, onde volumes e frequência de chuvas são menores em grande parte do país, e em Minas Gerais não é diferente. A estação seca vai até 22 de setembro, data marcada também para o início da primavera.
As simulações mais recentes dos modelos climáticos apostam em pouca chuva daqui para frente, o que lembrando, não quer dizer ausência total de precipitação.
Para julho, a expectativa é de chuva dentro ou abaixo da climatologia no território mineiro, com maiores chances de mais seca no sul do estado. Em agosto, a tendência até é de reversão deste quadro, com chuva acima da média no centro, sul e leste mineiro, porém, vale ressaltar que a média do mês é baixa, então de toda forma não são esperados volumes exorbitantes.
Além disso, o padrão mais molhado não deve durar muito tempo, pois de forma prolongada, para o final do inverno em setembro, a expectativa é novamente de chuva dentro ou abaixo da média em Minas Gerais. Ou seja, com este padrão que de modo geral, será mais seco, a preocupação com focos de queimadas ainda será grande para os mineiros.