Mistérios no universo: um novo tipo de sistema estelar é encontrado

Bolhas azuis encontradas próximo às galáxias de Virgem podem ter revelado um novo tipo de sistema estelar. As aglomerações encontradas são do tamanho de pequenas galáxias anãs.

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Novas descobertas poderiam mudar o rumo do sistema estelar?

Você certamente já parou para refletir sobre o tamanho do universo, se existe apenas um, se existe outras vidas fora da Terra. O homem vem avançando na exploração do espaço e aumentando as chances até mesmo de humanos viverem fora do nosso planeta. Mas será que conhecemos o bastante para querer sair da Terra? O que nos espera lá fora é seguro?

Novo tipo de sistema estelar é descoberto através de bolhas azuis misteriosas no universo.

Recentemente, astrônomos da Universidade do Arizona descobriram um novo tipo de sistema estelar, antes nunca visto no universo. O complexo é constituído por bolhas azuis, sendo cinco sistemas estelares jovens e com padrão irregular, completamente isolados de qualquer galáxia-mãe.

Novo sistema perto das galáxias de Virgem

A descoberta foi feita com aglomerações de estrelas situadas próximo às galáxias de Virgem e tem um tamanho bem pequeno como as pequenas galáxias anãs. Tal feito aconteceu utilizando observações dos telescópios Hubble, Array e Very Large, onde cientistas chamaram apenas de "objetos", uma vez que não são exatamente uma galáxia, apesar de parecerem ser.

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A coleção de estrelas azuis principalmente jovens é vista aqui usando a Câmera Avançada do Telescópio Espacial Hubble para Pesquisas - (Foto: Michael Jones/Reprodução)

Os astrônomos notaram diferenças marcantes nesses aglomerados em comparação com uma galáxia comum, e foi aí que entenderam que estavam diante de um novo tipo de sistema estelar. Das particularidades, o que mais chamou a atenção foi o fato dos cinco sistemas estarem isolados a uma distância de cerca de 300 mil anos-luz de qualquer outra galáxia já conhecida, o que torna o processo comum de criação de um aglomerado do tipo ainda mais desafiador.

Outro fato incomum é o registro de um nível muito baixo de gás hidrogênio atômico no espaço em que esses sistemas habitam. O normal é ter uma alta concentração em locais que existam estrelas jovens e também estrelas em formação.

A falta de gás é viável para uma galáxia com maior presença de estrelas velhas, chamadas de vermelhas e mortas.

Apesar da particularidade com relação ao gás hidrogênio atômico, os cientistas firmaram a ideia de ser improvável para este novo tipo de sistema estelar, uma vez que não há presença de nenhuma estrela vermelha no sistema solar.

Michael Jones, principal autor do estudo e pós-doutorando da Universidade do Arizona relata que estrelas que nascem vermelhas têm massa menor e, portanto, vivem mais do que as estrelas azuis, que queimam rápido e morrem jovens, ou seja, as estrelas vermelhas velhas geralmente são as últimas que restam vivas.

Extração de gás de galáxias

Depois de algumas características reveladas, os cientistas tentaram encontrar hipóteses para a formação de novos sistemas estelares e descobriram com essa pesquisa uma grande presença de metais, e que para conseguir essa matéria prima, o novo aglomerado precisou absorver isso de uma grande galáxia. Mas como seria possível?

Jones comenta que esses sistemas estelares se formaram a partir do gás que foi extraído de uma grande galáxia, isso porque a forma como os metais são construídos é passando por uma repetição de episódios da formação de estrelas, e isso só é possível em uma grande galáxia.

A extração de gás acontece quando duas grandes galáxias passam uma pela outra, deixando para trás gás e estrelas, normalmente após uma colisão, processo chamado de decapagem de maré.

Existe também o processo conhecido como pressão de ram, que inclusive, é a aposta dos pesquisadores neste caso como explica Jones: "É como se você caísse de barriga em uma piscina. Quando a barriga de uma galáxia cai em um aglomerado cheio de gás quente, seu gás é forçado a sair por trás dele".

Um novo marco nas galáxias

Após essa descoberta, os cientistas acreditam que bolhas azuis podem ser o grande início de uma formação misteriosa na astronomia. Pode ser um novo marco transformar galáxias espirais em galáxias elípticas. Os mesmo apostam que após a "queda de barriga em uma piscina" são formadas bolhas azuis que depois se desenvolverão em uma galáxia elíptica.

Vale ressaltar que a pesquisa de Jones e David Sand, professor da Universidade do Arizona, foi apresentado em 15 de junho, na 240ª reunião da Sociedade Astronômica Americana. Tudo começou quando os dois viram um mapa de nuvens de gás criado pelo Instituto Holandês de Radioastronomia.