Monitor de Secas atualizado mostra redução da seca na Região Nordeste. O que esperar nestas últimas semanas de maio?
Regime de chuvas no mês de abril melhorou os índices de precipitação na Região Nordeste, e alguns estados estão sem seca relativa. O que esperar da anomalia de precipitação neste final de maio?
As chuvas do mês de abril na região Nordeste trouxe ótimas notícias em relação ao índice de seca. A combinação do calor e da alta umidade, além da forte atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) favoreceu a ocorrência de chuvas em áreas do litoral norte da região. Também foram observadas anomalias positivas de precipitação no litoral leste, associadas ao transporte de umidade do Oceano Atlântico, o qual estava com águas mais aquecidas.
Climatologicamente falando, o mês de abril é marcado por acumulados maiores de precipitação entre o Maranhão, Piauí e Ceará, e parcialmente o Rio Grande do Norte. O acumulado mensal no extremo norte do Maranhão é de 340 milímetros, enquanto no interior da Bahia, este valor é inferior a 100 milímetros. Na costa leste, o acumulado varia entre 100 e 140 milímetros durante o mês de abril.
Rio Grande do Norte e Paraíba são os estados que não possuem seca relativa
O Monitor de Secas é utilizado para monitorar os períodos de estiagem no Brasil, capaz de acompanhar a continuidade de secas e o grau de severidade com impactos associados, pois os efeitos da seca podem gerar prejuízos incalculáveis. Ou seja, é observado o surgimento, desaparecimento, evolução e involução do fenômeno de seca.
Ele nos mostra uma panorâmica de todo o Brasil, mas vamos focar no Nordeste! Devido às anomalias positivas de precipitação, houve melhoria na situação de seca na maioria dos estados da região, e desaparecimento da seca na porção norte.
No sudoeste do estado do Ceará foi observado o recuo da seca moderada (S1), e passou para fraca (S0), assim como no noroeste de Pernambuco, centro-sul da Bahia e no norte de Sergipe. Ainda no estado da Bahia, houve um recuo da seca fraca e moderada no sul e oeste, respectivamente.
Ou seja, as chuvas volumosas que ocorreram no Nordeste no mês de abril proporcionaram a recarga de água no solo, e como consequência, houve a melhoria dos índices de seca na região Nordeste.
Irregularidades de chuvas deve marcar o final de maio no Nordeste
Estamos chegando ao final do mês de maio, o último mês completo da estação do outono, e se aproximando do início do inverno austral, que se inicia no dia 20 de junho. Mas a previsão para o inverno na região Nordeste fica para outra oportunidade, vamos focar nas últimas semanas do mês de maio e início de junho.
Nas últimas semanas, temos observado o surgimento de águas mais frias no Atlântico tropical, ou seja, as chuvas tendem a diminuir gradualmente na faixa costeira do Nordeste. Assim como no Pacífico tropical, onde as águas mais frias já estão dando o ar da graça, mas como já havíamos notificado aqui, a La Niña deve iniciar oficialmente no inverno e início da primavera austral.
Segundo o modelo de confiança da Meteored Brasil, o ECMWF, entre 20 e 27 de maio, as anomalias de precipitação mostram um padrão irregular na região Nordeste. Visto isso, são esperadas poucas chuvas ou nenhuma em grande parte do interior, e na porção leste da Bahia, a expectativa é de anomalia positiva de precipitação nesta penúltima semana de maio.
Na semana seguinte, de 27 de maio a 03 de junho, o cenário de irregularidade de chuvas permanece, e são esperados pouquíssimos acumulados de chuva ou até mesmo nenhuma precipitação para a região Nordeste, principalmente na porção interiorana. No litoral do Rio Grande do Norte ainda existe uma possibilidade maior de precipitação em relação ao restante da região.