Mortes causadas pelo ciclone extratropical poderiam ter sido evitadas
O ciclone extratropical que se formou alguns dias atrás causou ao menos quatro mortes, todas devido a queda de objetos - o que mostra a importância de se levar alertas meteorológicos a sério.
Entre São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o ciclone extratropical que se formou alguns dias atrás causou ao menos quatro mortes. O fenômeno trouxe tempestades severas com rajadas de vento extremamente intensas, que atingiram especialmente a região Sul.
Infelizmente, todas as quatro mortes causadas pelo fenômeno seguem o mesmo padrão: Elas foram causadas por objetos derrubados em decorrência das fortes rajadas de vento que, de acordo com modelos de previsão, poderiam chegar a 130 km/h no Sul e 80 km/h no Sudeste, especialmente nas regiões mais próximas da costa.
As fatalidades causadas pelo ciclone extratropical no Sul e no Sudeste
Duas das mortes relatadas pela imprensa aconteceram em São Paulo. A primeira foi de uma jovem de 24 anos, que teve uma parada cardiorrespiratória depois do carro em que ela estava ser atingido por uma árvore derrubada pelos fortes ventos. A vítima realizava aulas de direção em São José dos Campos, e seu instrutor, que também estava no carro, não se feriu.
A segunda morte aconteceu em Itanhaém, na Baixada Santista, onde uma mulher de 80 anos foi atingida por um fio de alta tensão derrubado pelos fortes ventos. Vários postes de energia foram derrubados no Sul e no Sudeste, o que também deixou centenas de milhares de pessoas sem energia durante um período prolongado da semana.
Em Santa Catarina, um homem de 40 anos também foi atingido por uma árvore em Brusque, no Vale do Itajaí, e não resistiu aos ferimentos. No Rio Grande do Sul, novamente, a queda de uma árvore em Rio Grande causou a quarta morte e deixou outras sete pessoas feridas.
Estas mortes poderiam ter sido evitadas?
É difícil dizer, já que desconhecemos as circunstâncias exatas que levaram ao seu acontecimento. No entanto, uma coisa é fato: Os alertas meteorológicos emitidos antes da ocorrência do ciclone extratropical já previam a possibilidade de queda de árvores e de postes. Entre as recomendações inclusas em alertas de tempestade severa, meteorologistas costumam sempre incluir:
- Não se abrigar debaixo de árvores;
- Não se abrigar debaixo de coberturas pequenas, como quiosques;
- Evitar áreas próximas a postes e torres de transmissão;
- Evitar áreas próximas a objetos altos, como placas e letreiros.
Isso porque já é bem documentado que um grande número de ocorrências durante tempestades se dá devido às rajadas fortes de vento, que derrubam objetos especialmente em áreas urbanas e altamente populosas.
Por isso, durante tempestades ou ventanias, se atente às recomendações dos meteorologistas. Mesmo que um poste de energia ou uma árvore pareçam extremamente sólidos e estáveis, é impossível saber se há comprometimentos em sua estrutura interior, e também é impossível saber o quão intensa uma rajada de vento pode ser.
Além do risco de queda, há outro problema grave: Este tipo de objeto pode atrair descargas elétricas. Isso significa que, caso você esteja próximo a árvores, quiosques, torres de transmissão ou objetos altos durante uma tempestade, você pode acabar sendo atingido por um raio.
Todo ano, 78 milhões de raios são registrados em território brasileiro, causando a morte de, em média, 110 pessoas. E pesquisas indicam que 80% dessas mortes poderiam ter sido evitadas caso as pessoas soubessem que estavam se abrigando em um local perigoso.
Em caso de dúvida ou emergência, entre em contato com a Defesa Civil (telefone 199) ou o Corpo de Bombeiros (telefone 193). E para acompanhar as previsões de tempestade para seu município específico, não deixe de conferir as previsões aqui no site da Meteored | Tempo.com.