Mudança do clima pode colocar em risco os portos do Brasil
Importante estudo revelação que ventos fortes e aumento no nível dos oceanos são as principais classificações climáticas e impactos da mudança do clima em 21 portos no Brasil.
Que as mudanças climáticas representam uma ameaça real para a nossa vida já é evidente e a COP 26 , Conferência das partes número 26, que aconteceu em Glasgow, na Escócia, neste mês, provocou os países para antecipar suas metas para neutralizar as anteriores de CO2. O governador aqui do Rio Grande do Sul, por exemplo, assume o compromisso de trabalhar para neutralizar como levada de carbono do Estado em 50% até 2030 e agir para neutralizar como levada até 2050.
O assunto é tão grave que o jornal Gardian, da Inglaterra, resolveu mudar a nomenclatura quando falam de mudança do clima. Os editores já passaram a usar expressões de maior impacto como EMERGÊNCIA, CRISE ou COLAPSO CLIMÁTICO.
E realmente as notícias que chegam confirmam essa necessidade. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que é vinculado ao Ministério da Infraestrutura, e a agência de fomento alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) fez um estudo sobre as principais mudanças climáticas e impactos da mudança do clima em 21 portos públicos brasileiros . As agências desejam a adaptação e mitigação das mudanças climáticas nessas infraestruturas através de políticas públicas.
A importância do setor portuário para o crescimento econômico do Brasil é inquestionável. O comércio internacional brasileiro é realizado via marítima e isso relata também no desenvolvimento socioeconômico
Vendavais causam impactos nos portos
O estudo observou que os ventos fortes, vendavais, são as principais delimitações na zona portuária. Ventos fortes fazem com que os trabalhadores parem suas atividades por causar instabilidade em muitos equipamentos e se há rajadas de vento muito fortes há possibilidade de fechar o acesso a esses portos.
Aqui no Rio Grande do Sul temos o Porto de Rio Grande, na cidade do Rio Grande, e por ser no extremo sul do país está mais sujeito a entrada dos fenômenos atmosféricos extremos. Os portos em Imbituba (SC), Santos (SP), Recife (PE), Salvador (BA), Paranaguá (PR) e Itaguaí (RJ) são os primeiros que serão afetados, segundo pesquisadores.
Os ciclones extratropicais que tanto se formam no nosso litoral causam impacto com seus ventos fortes e as instalações portuárias são afetadas. Sabemos que as mudanças no clima aumentam os eventos severos como tempestades, ressacas e também aumento do nível médio do mar.
Projeções para 2030
O aumento do nível do mar foi avaliado como alto ou muito alto para 11 portos em uma projeção para 2030, de acordo com o estudo e o maior complexo portuário da América Latina , o famoso Porto de Santos (SP), foi citado.
O estudo revelou que a maioria dos portos não tem um monitoramento meteorológico contínuo adequado para evitar como inundações, a ampliação do processo de dragagem e melhorias diversas na qualidade de acessos ao terminal, adequação das estruturas para os novos padrões climáticos são das medidas de adaptação às mudanças do clima sugeridas pelos pesquisadores.
Como consequências das nossas ações, ações antropogênicas, estão claras e depende de nós, do poder público e empresas darem um basta para tantas permissões. A redução do risco climático envolve a adoção de medidas de adaptação. Os pesquisadores deixam claro no estudo que " os riscos climáticos aos quais o setor portuário está ou haverá exposto ainda são embrionários e sem informações robustas sobre a eficácia das medidas de adaptação, evidenciando a empresa do estudo ".