Mudanças climáticas poderão levar a perda de mais de 90% da riqueza de espécies da Caatinga
Estudo realizado por pesquisadores brasileiros mostram que a intensificação das mudanças climáticas podem trazer impactos significativos principalmente para mamíferos da Caatinga, reduzindo seus habitats e sua riqueza de biodiversidade.
Um estudo recente trouxe um dado alarmante para a Caatinga: 85% das espécies de mamíferos presentes neste bioma brasileiro poderão perder seus habitats, e um quarto dessas espécies pode perder completamente seus habitats até 2060.
A partir de métricas de biodiversidade e outras variáveis, os pesquisadores, ao realizarem essas projeções, concluem que os mamíferos de pequeno porte poderão ser os mais impactados, "e perderão a maior parte dos seus habitats (...) O cenário é ainda pior na metade oriental da Caatinga, onde a destruição de habitat já prevalece, agravando as ameaças enfrentadas pelas espécies ali".
Uma aridez ainda maior
Segundo uma reportagem publicada pela Folha, os dados indicam que também poderá ocorrer uma simplificação das comunidades de espécies da Caatinga, sendo ainda mais drástica para os mamíferos. Com os impactos na fauna, também poderemos ver impactos de grande magnitude na vegetação, à medida que o clima fica mais quente e seco na região.
Em 2021, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) compartilhou um estudo concluindo que a Caatinga "apresenta grande vulnerabilidade em um cenário de elevada temperatura do planeta e consequentemente de mudanças climáticas".
Um Brasil com febre
Recentemente, noticiamos a seca do Rio Negro, localizado no Amazônas, o qual atingiu um novo mínimo histórico, estando abaixo dos 13 metros pela primeira vez, desde 1902. Segundo a Agência Brasil, o cenário coincide com a intensificação do El Niño, e pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico.
Um estudo publicado em 2022 reforça que a medida que as mudanças climáticas se intensificam, os biomas da América do Sul podem experimentar aumentos persistentes de temperatura ambiental e redução da umidade, prejudicando a sua integridade.
A crise climática não pode ser debatida pensando-se em mudanças apenas futuras. As mudanças mais significativas necessitam ocorrer neste momento, para evitar impactos ainda maiores sobre o clima, a fauna e a flora terrestre.