NASA divulga imagens inéditas do dióxido de carbono se movendo ao redor da Terra

A agência americana divulgou um mapa dinâmico que mostra o gás poluente circulando na atmosfera terrestre em 2020. China, Estados Unidos e Ásia são destaque entre as principais fontes emissoras.

dióxido de carbono, América do Norte
Uma imagem tirada do mapa dinâmico da NASA, mostrando a nuvem de dióxido de carbono sobre a América do Norte. Crédito: NASA's Goddard Space Flight Center/Scientific Visualization Studio.

Na semana passada, a agência espacial americana NASA divulgou um mapa dinâmico que mostra a formação de uma grande nuvem de dióxido de carbono (CO2), o principal gás de efeito estufa, se movimentando na atmosfera ao redor do planeta.

O vídeo foi criado pelo Scientific Visualization Studio da NASA, e os dados foram obtidos a partir do modelo Goddard Earth Observing System (GEOS), um modelo de reanálise climática de alta resolução que usa informações de satélites. Os dados usados neste mapa são referentes ao período de janeiro a março de 2020, um ano que foi marcado por focos de incêndio florestal em várias partes do mundo.

O modelo GEOS da NASA é de alta resolução e é usado para representar o que acontece na atmosfera terrestre, como: sistemas de tempestades, formações de nuvens e outros eventos naturais.

No vídeo é possível ver sobre o planeta uma densa névoa escura do gás CO2 que é impulsionada por padrões de vento e pela circulação atmosférica. Também dá para ver quais os países e as fontes que geram essa grande nuvem de CO2, impactando diferentes regiões do planeta.

Confira abaixo o vídeo mostrando a circulação global do CO2:

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São diferentes fontes desse gás poluente. A China, os Estados Unidos e o sul da Ásia são as principais fontes emissoras do CO2, devido às usinas de energia, às indústrias e veículos (carros e caminhões). A África e a América do Sul também foram apontadas como fontes, embora o cenário aqui seja menos preocupante, e neste caso devido a incêndios relacionados ao manejo do solo, a queimadas controladas na agricultura, ao desmatamento e à queima de petróleo e carvão.

A superfície terrestre e os oceanos, por sua vez, absorvem cerca de 50% do CO2 emitido, atuando como sumidouros naturais de carbono.

“ (...) queríamos realmente destacar as regiões densas, porque essa é a característica interessante dos dados. Estávamos tentando mostrar que há muita densidade sobre Nova York e Pequim”, disse AJ Christensen, designer de visualização de dados no Goddard Space Flight Center.

Importância do mapeamento de CO2

O objetivo da NASA é contabilizar de onde vem o CO2 e como ele impacta o planeta.

E essas informações são importantes porque o CO2 é o principal gás de efeito estufa responsável pelo aquecimento global, contribuindo significativamente com o aumento das temperaturas. E como já se sabe, o aquecimento leva à intensificação de eventos climáticos extremos, como tempestades e ondas de calor, além da elevação do nível do mar.

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A maior parte das emissões de dióxido de carbono é proveniente do uso de combustíveis fósseis, especialmente em meios de transporte e na indústria.

Segundo a NASA, desde a era pré-industrial as emissões de CO2 praticamente dobraram, com a China, Estados Unidos e partes do sul da Ásia mostrando grandes concentrações desse gás, como visto no vídeo. A concentração de CO2 na atmosfera aumentou de aproximadamente 278 partes por milhão (ppm) em 1750, o início da era industrial, para 427 ppm em maio de 2024.

A análise da NASA aponta para um futuro com possíveis restrições mais severas para controlar as emissões de CO2, especialmente em países altamente industrializados, a fim de mitigar os impactos das mudanças climáticas e de conter o aquecimento global.

Referência da notícia:

NASA. ”DYAMOND Global Carbon Dioxide”. 2024.