NASA envia satélite Landsat 9 ao espaço
O Landsat 9 é o satélite da próxima geração da NASA e, no dia de ontem, 27 de setembro, ele foi enviado ao espaço. Uma grande ferramenta para o futuro, ele fornecerá informações importantes para a tomada de decisões, dado as mudanças ambientais aceleradas que estamos presenciando na Terra.
Nesta última segunda-feira, 27 de setembro, às 15:11h (horário Brasil), a NASA enviou o satélite Landsat 9 ao espaço, a bordo de um foguete Atlas V 401 da United Launch Alliance (ULA), com uma janela de oportunidade de 30 minutos, do Space Launch Complex 3 na Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia.
Trata-se de uma missão conjunta da NASA e do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), dando continuidade ao monitoramento das regiões continentais e costeiras da Terra, iniciado em 1972 com o primeiro Landsat da série.
O Landsat 9 foi colocado em órbita com oito dias de diferença de seu “irmão” Landsat 8 (lançado em 2013). Ele poderá obter imagens de toda a Terra a cada 16 dias, para aumentar a cobertura temporal das observações e, assim, cobrir o planeta a cada oito dias. Os recursos de imagens de resolução média do Landsat permitem que os pesquisadores as harmonizem para detectar as atividades humanas e seus impactos na Terra ao longo de décadas.
Missão Landsat: 50 anos de dados gratuitos
Estando em órbita e totalmente operacional, o Landsat 9 substituirá o Landsat 7 (que ainda está em uso) e se juntará ao Landsat 8, para continuar coletando dados de todo o planeta. As imagens que este novo dispositivo tecnológico nos proporciona do espaço somam-se a quase 50 anos de dados gratuitos e disponíveis publicamente, um verdadeiro recorde.
A NASA explica que, uma vez que os dados do Landsat 9 estejam calibrados corretamente, eles continuarão com a função do programa Landsat, que é monitorar a "saúde" do nosso planeta e fornecer informações fundamentais para a tomada de decisões, e assim ser capazes de gerenciar os recursos naturais essenciais como: plantações, água para irrigação, florestas, etc. Esta cobertura contínua de imagens é a chave para rastrear as mudanças na Terra, especialmente porque o planeta enfrenta condições climáticas mais extremas, tempestades poderosas, incêndios florestais e outros impactos das mudanças climáticas, disseram os oficiais da missão.
Instrumentos a bordo do Landsat 9
Este novo satélite transporta dois instrumentos científicos sofisticados para observação: o Operational Land Imager 2 (OLI-2) e o Thermal Infrared Sensor 2 (TIRS-2). Ambos possuem sensores com resolução espacial moderada (15, 30 e 100 m, dependendo da banda espectral) e a capacidade de detectar uma faixa de intensidade maior do que o Landsat 8 (resolução radiométrica de 14 bits, em comparação com a resolução de 12 bits do Landsat 8).
Com esta câmera de alta resolução e o sensor infravermelho sensível, a Terra pode ser visualizada através de 11 bandas espectrais e objetos de até aproximadamente 15 m de largura podem ser identificados. O satélite deve orbitar a Terra a uma altitude de cerca de 705 km acima dos pólos do planeta.
O design OLI-2 (sensor óptico), que irá capturar observações do planeta em luz visível, infravermelho próximo e infravermelho de onda curta, foi construído pela Ball Aerospace em Boulder, no Colorado. Trata-se de um sensor de varredura, com uma longa série de detectores fotossensíveis em seu plano focal, e um campo de visão de 15 graus que cobre uma faixa de terreno de 185 km ao longo da pista. Os detectores fotossensíveis Landsat 9 são divididos em 14 módulos, existem cerca de 7 mil detectores transversais para cada banda espectral OLI-2, exceto a banda pancromática de 15 m que possui 13.000 detectores (cada banda espectral possui um filtro específico).
Por outro lado, o TIRS-2 (sensor térmico) ficará encarregado de medir a radiação infravermelha térmica, ou calor (temperatura de brilho), das superfícies da Terra. Ele foi construído no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, e fornecerá uma versão aprimorada do instrumento Landsat 8 TIRS, melhorando a confiabilidade e corrigindo problemas de luz dispersa conhecidos.
O TIRS-2 é um sensor de imagem térmica de duas bandas, com um sensor de varredura e seu plano focal possui longas matrizes de detectores fotossensíveis. Ele tem um telescópio refrativo de quatro elementos que focaliza um feixe de radiação térmica f / 1,64 em um plano focal que é resfriado criogenicamente.
A cobertura ao vivo do evento começou às 14:30h, horário do Brasil, e foi transmitida pela NASA Television. Você pode conferir clicando aqui no site da agência.