Neve e temperaturas congelantes matam animais na Patagônia

A Patagônia Argentina está vivendo um dos invernos mais rigorosos de sua história. A região localizada no extremo sul da América do Sul é acostumada a viver invernos muito frios, com temperaturas abaixo de zero, porém, o inverno desse ano tem sido mais severo que o normal.

Desde o fim do mês de junho a Patagônia tem registrado intensas nevascas que chegaram a acumular 1,5 metro de neve na superfície e temperaturas extremas, que inclusive já chegaram a marca de -20°C! No dia 26 de junho um satélite da NASA conseguiu fazer um registro raro da região quando o céu estava limpo. Foi possível ver a extensa cobertura de neve desde as encostas ocidentais da Cordilheira dos Andes, no Chile, até as planícies costeiras da Argentina, resultado das temperaturas congelantes registradas.

Essa situação climática também tem persistido ao longo do mês de julho, devido a sucessiva entrada de massas de ar polar na região, prejudicando a população e, principalmente, a agropecuária local. Muitas imagens e vídeos que circularam pelas redes mostram o triste cenário, muitos animais tentando fugir do frio e não resistindo as temperaturas congelantes.

Nas províncias de Rio Negro, Chubut e Santa Cruz, produtores tiveram que resgatar seus animais que ficaram soterrados na neve. Muitas vezes durante as nevascas os animais buscam refúgios em arbustos ou cercas, e ficam esperando a tempestade passar, mas com tempestades tão intensas quanto as registradas nos últimos dias, acabam sendo enterrados pela neve.

A situação crítica levou o governo de Rio Negro a declarar um estado de Emergência e/ou Desastre Agropecuário em 6 departamentos do oeste da província: Bariloche, 9 de Julho, 25 de Maio, El Cuy, Ñorquinco e Pilcaniyeu, que foram duramente afetados por nevascas intensas que causaram danos nas fazendas de criação animal.

Uma declaração das Confederações Rurais Argentina (CRA) diz que “O retorno dos invernos rigorosos da Patagônia revela as terríveis condições de infraestrutura que dominam na região: rotas, estradas, esgotos, serviços de comunicação telefônica e internet, gás, eletricidade, que desmoronam diante do fenômeno e complicam a tentativa de resgate de moradores, famílias, trabalhadores e produtores, bem como as perdas das propriedades que desencadeará em um processo de deterioração que será agravado nas próximas semanas ”.

As intensas nevascas não afetaram somente os rebanhos de vacas e ovelhas dos produtores locais. Os guanacos, animais nativos das regiões montanhosas da América do Sul e típicos da Patagônia, também foram vítimas das condições climáticas adversas.

De acordo com moradores da região, esse é o inverno mais rigoroso dos últimos 20 anos. A população local, além de sofrer com a perda dos animais, também tem enfrentado cortes de energia, estradas bloqueadas pela neve e falta de comunicação, muitos povoados ficaram ilhados devido ao grande acúmulo de neve.