Nova nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil
Argentina alerta que nova nuvem de gafanhotos está bem próxima da fronteira com as cidades brasileiras de Rincão Vermelho e Porto Xavier, no estado do Rio Grande do Sul. Profissionais brasileiros e argentinos monitoram o deslocamento.
Uma nova nuvem de gafanhotos está a poucos quilômetros do Rio Grande do Sul, segundo o governo Argentino, que acionou um sinal de vigilância.
O alerta foi dado na última sexta-feira (27), quando o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) detectou a presença do grupo de insetos em duas cidades, na província de Misiones, que faz divisa com os municípios gaúchos de Rincão Vermelho e Porto Xavier.
Até o momento, esses insetos foram observados em três fazendas em Campo Viera e em uma em Itacaruaré, não havendo relatos de grandes danos às plantações.
Esses gafanhotos não são da mesma espécie que se aproximaram do Brasil em agosto, de acordo com os técnicos argentinos.Conhecida como tucura (espécie Chromacris speciosa), essa espécie não costuma voar grandes distâncias, o que pode evitar a entrada dela em território brasileiro, amenizando as preocupações dos agricultores gaúchos.
Apesar desses insetos se alimentarem de mata nativa, plantas daninhas e erva-mate, esse grupo não é tão voraz comparado com os gafanhotos que se movimentaram em direção às plantações do Rio Grande do Sul há quatro meses atrás. Mesmo assim o potencial destrutivo dos gafanhotos em relação às lavouras permanece alto.
Profissionais da Argentina e do Brasil estão monitorando o deslocamento dos insetos e pedem para que os agricultores das duas regiões avisem às autoridades sobre qualquer sinal de manifestação dos gafanhotos. Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti, há menos motivos para preocupações, mas a vigilância continua em alerta.
Monitoramento das nuvens de insetos
Desde o começo do ano, o governo do país vizinho segue monitorando as nuvens de gafanhotos. Desde então foram 9 grupos de insetos que viajaram pelo norte da Argentina, perto da fronteira com o Paraguai, que é o local de origem da formação das nuvens de gafanhotos.
Em agosto deste ano a nuvem de insetos que traria mais riscos ao Brasil, foi impedida de avançar pela divisa do Rio Grande do Sul, devido às condições meteorológicas. Uma frente fria derrubou as temperaturas na região Sul e várias cidades chegaram a registrar temperaturas negativas.
Devido ao frio intenso a nuvem de gafanhotos não conseguiu avançar, pois nessas condições os insetos costumam “adormecer”, diminuindo sua atividade. A condição ideal para que eles se reproduzam e voem ocorre no calor.
A previsão do tempo para os próximos dias na região Sul pode contribuir para que a nuvem de gafanhotos não avance em território brasileiro. É esperado chuvas mais abrangentes e temperaturas amenas no Rio Grande do Sul, devido a atuação de uma frente fria.