Nova tempestade solar pode causar intensas auroras no Hemisfério Norte, alerta a NOAA

A agência americana NOAA emitiu um alerta para uma nova tempestade geomagnética nesta quarta-feira (24), que pode gerar intensas auroras no Hemisfério Norte, inclusive em regiões incomuns.

aurora boreal
Imagem de uma aurora boreal. Crédito: Matt Houghton/Unsplash.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) emitiu um alerta para uma possível tempestade geomagnética nesta quarta-feira (24 de julho), devido a uma ejeção de massa coronal ocorrida no último domingo (21 de julho), que lançou uma nuvem de plasmas em direção à Terra. Veja mais informações abaixo.

A nova tempestade geomagnética

Este novo evento foi classificado pela NOAA como “moderado” ou nível G2.

As previsões da agência indicaram que a atual tempestade solar poderia atingir o nosso planeta nas primeiras horas de hoje (24), contudo, o momento exato da chegada do fenômeno ainda é incerto. Provavelmente, a tempestade chegará “atrasada”, devido ao lento "tráfego" do vento solar e a uma tempestade adicional que passará à sua frente.

A aurora boreal pode se tornar visível em alguns estados do norte e do meio-oeste dos Estados Unidos, de Nova York a Idaho - alertou a NOAA.

Esta tempestade geomagnética pode provocar intensas auroras boreais no Hemisfério Norte em latitudes médias, que podem ficar visíveis em regiões mais ao sul nos Estados Unidos, como o estado de Nova York, o que é algo raro e que pode acontecer devido à intensidade dessa tempestade solar.

aurora boreal
Luzes da aurora boreal vistas sobre Brocken, perto de Schierke, na Alemanha, em maio deste ano. Crédito: Matthias Beina/DPA via AP.

O evento pode atrapalhar as comunicações de rádio de alta frequência nas regiões polares, com alguma perda ocasional de contato; e sinais de navegação de baixa frequência podem cair durante breves intervalos, segundo a NOAA.

O que são tempestades geomagnéticas e como elas formam auroras?

Primeiramente, as ejeções de massa coronal (EMCs) são grandes emissões de plasma e campos magnéticos da coroa solar para o espaço. Essas ejeções podem conter bilhões de toneladas de material da coroa do Sol e viajam a uma velocidade entre 250 km/s e 3.000 km/s. As EMCs mais rápidas podem alcançar a Terra em menos de 18 horas, enquanto as mais lentas levam alguns dias.

Como as EMCs levam partículas eletricamente carregadas (íons), ao atingirem a magnetosfera da Terra elas podem causar tempestades geomagnéticas (tempestades solares).

Ilustração mostrando uma ejeção de massa coronal (EMC) saindo da superfície do Sol em direção à Terra (os objetos não estão desenhados em escala). Crédito: Steele Hill/NASA.

Com isso, os íons se chocam com os gases atmosféricos do nosso planeta e liberam energia na forma de luz (nas cores verde e vermelha, principalmente), formando os fenômenos que conhecemos como auroras (chamadas de ‘boreais’ se for no Hemisfério Norte e ‘austrais’ se for no Hemisfério Sul).

Em 2003, tempestades geomagnéticas “extremas” causaram apagões na Suécia e danificaram transformadores de energia na África do Sul. Em 2015, a Suécia foi novamente afetada, quando uma outra erupção solar deixou fora do ar por alguns instantes os radares de aeroportos, atrasando vários voos no país.

Mas além disso, essas tempestades podem causar falhas em equipamentos de GPS, afetar sinais de rádio e, em casos extremos, causar apagões em redes elétricas.

Referência da notícia:

NOAA/SWPC. “G2 watch for july 24th”. 2024.