Novos estudos destacam os benefícios da remoção do metano da atmosfera
Novas pesquisas descobriram que a remoção do metano da atmosfera poderia reduzir a temperatura global em superfície em 0,21°C e proporcionar melhoras na qualidade do ar. Saiba mais aqui!
A pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, nos EUA, em colaboração com o Met Office (Reino Unido), foi publicada como parte da edição especial sobre metano e clima da Royal Society.
O metano é o segundo gás de efeito estufa mais forte e é cerca de 25 vezes mais potente do que o dióxido de carbono, quando se trata de reter calor na atmosfera. Estudos mostram que ele contribuiu com 0,5 °C para o aquecimento global atual.
Este gás é gerado por uma ampla gama de atividades humanas, como a agricultura, os resíduos orgânicos e a extração e utilização de combustíveis fósseis. Mas, ele também provém de fontes naturais, como zonas úmidas e incêndios florestais, e este último tende a aumentar no futuro, juntamente com novas fontes de derretimento do permafrost.
O novo estudo
Ao utilizar um novo modelo climático desenvolvido em conjunto pelos Centros UKRI-NERC e pelo Met Office, o estudo revela que a remoção de emissões de metano causadas pelo homem, por cerca de três anos, reduziria a temperatura global da superfície em aproximadamente 0,21 °C.
A nova capacidade de emissão de metano identificada pelo modelo UKESM1 utilizado nesta pesquisa, leva em conta as fontes de metano, os feedbacks e as interações entre a atividade humana, as fontes naturais, a química atmosférica e as futuras alterações climáticas. Isto proporciona uma melhor compreensão sobre os benefícios da remoção desse potente gás de efeito estufa da atmosfera.
Além de reduzir a temperatura global em superfície, a pesquisa descobriu que a remoção do metano poderia levar a melhorias significativas na qualidade do ar através da redução das concentrações de ozônio na superfície terrestre.
A nova análise constatou que, cerca de 50 mil mortes prematuras poderiam ser evitadas todos os anos, caso as emissões antropogênicas de metano dos últimos 3 anos fossem removidas da atmosfera. O ozônio traz malefícios para as vias aéreas e pode intensificar as doenças respiratórias, podendo também causar danos às culturas.
Contudo, a redução das emissões de metano causadas pelo homem é difícil, pois, ela está intimamente ligada à produção de alimentos. Na ausência de mudanças globais para as emissões, muitos argumentam que será necessária a remoção ativa dos gases de efeito estufa.
Esta nova pesquisa fornece provas importantes dos benefícios da remoção do metano da atmosfera e defende a necessidade de mais investigações sobre as tecnologias em relação ao metano.