Número de queimadas está aumentando e pode se tornar um risco grave nos próximos meses
Com a previsão de El Niño e um clima mais quente e seco que o normal, há chances de que o número de queimadas e incêndios florestais aumente consideravelmente nos próximos meses.
Além de destruir vegetação nativa e matar animais selvagens, incêndios florestais também podem causar prejuízos financeiros e matar pessoas. São capazes de destruir pastos e áreas naturais, atingir casas, galpões, armazéns e também instalações rurais - principalmente quando fatores meteorológicos favoráveis estão presentes.
Incêndios florestais são impulsionados por uma junção de três fatores que, geralmente, são registrados com maior frequência na estação seca - entre os meses de Julho, Agosto e Setembro. São eles:
- Temperaturas altas;
- Ausência de chuvas; e
- Baixa umidade relativa do ar.
Os últimos meses, em particular, estão sendo bastante quentes. O Brasil inteiro registrou temperaturas acima da média em Julho e umidades relativas baixas, o que fez o número de focos de incêndio aumentar muito. Foram 13.985 focos em Julho, contra 8.597 no mês anterior. Ainda assim, o número está abaixo da média para o mês, que gira em torno de 15 mil.
Agora, em Agosto, a situação persiste, e só na primeira quinzena do mês já foram registrados 11.819 focos de incêndio - o que sinaliza que haverá, neste mês, muito mais focos do que o registrado em Julho. Ainda assim, falta muito para chegar à média de Agosto, que gira em torno de 47 mil.
Existe a possibilidade do número de focos de incêndio disparar este ano?
Além dos fatores mencionados, ainda há algo a mais em jogo este ano: O El Niño. O fenômeno causa uma diminuição da precipitação e da umidade relativa no centro-norte do Brasil, o que resulta em um número mais acentuado de focos de incêndio, principalmente durante a estação seca.
Na região Norte, previsões indicam chuvas abaixo da média para o período de Inverno e temperaturas mais quentes que o normal, o que deve aumentar a incidência de queimadas e incêndios florestais. Vale ressaltar que a falta de chuva no sul da Amazônia é muito comum entre os meses de Julho e Setembro.
Na região Centro-Oeste, uma situação similar é esperada - Temperaturas mais quentes que o normal, acumulados de chuva abaixo da média e uma diminuição acentuada da umidade relativa do ar, que pode atingir picos mínimos abaixo de 20%. Estes fatores impulsionam a ocorrência de incêndios florestais.
Quem causa as queimadas e os incêndios florestais?
De acordo com dados do INPE, praticamente todas as queimadas da América do Sul são causadas por seres humanos, por razões variadas: desde limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos e colheita manual de cana-de-açúcar, até vandalismo, queda de balões, disputas fundiárias e protestos sociais.
Queimadas naturais são causadas por raios durante tempestades. Nos períodos de estiagem prolongada e intensa, praticamente não há tempestades. E, ao mesmo tempo, são nestes períodos que mais se queima no Brasil. Isso naturalmente deixa a responsabilidade pelos incêndios nas mãos do ser humano.