Números recordes de queimadas e uma estação seca ainda longe do fim

A falta de chuva por meses consecutivos, baixos índices de água disponível no solo, o desmatamento descontrolado, cenários que preocupam em diversos estados brasileiros que veem o número de queimadas aumentarem cada dia mais.

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Minas Gerais registra maior número de queimadas desde 2007

O fogo tem sido apenas mais uma luta diária do brasileiro, das entidades responsáveis como o corpo de bombeiros, os produtores rurais, o setor energético. O número de focos de incêndio tem sido cada vez mais assustador especialmente em áreas do Brasil Central, onde a chuva tem faltado há meses, um drama vivido desde o ano passado.

No ranking nacional de queimadas com dados levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o estado que ocupa o primeiro lugar é Mato Grosso com mais de 7 mil focos registrados desde o início do ano até agora. Em comparação ao ano anterior, houve uma queda de 21%.

Apesar dos exatos 2 mil focos a menos, a seca preocupa, prejudica e deve continuar no estado mato-grossense durante o mês de agosto.

Seguindo o ranking, Tocantins ocupa o segundo lugar do número de queimadas. Foram mais de 4 mil incêndios registrados durante esses sete meses de 2021. Diferente do estado mato-grossense, Tocantins teve um aumento de 19% com relação ao ano anterior.

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Rastros de incêndios que cortam o Brasil devido à seca prolongada

O Maranhão teve mais de 3.400 focos registrados até o momento, o que lhe dá o terceiro lugar no ranking nacional de queimadas. O aumento foi de 16% comparado ao mesmo período do ano passado.

Seca, queimadas e crise hídrica

O Sudeste é uma regiões que mais está sofrendo com a estiagem. São vários setores afetados desde o ano passado com a irregularidade e fraqueza dos eventos de precipitação. O agro sofreu perdas, safras que foram comprometidas em sua produtividade devido ao atraso da chuva.

Tem faltado água nos reservatórios, nas usinas, o que ganhou destaque na região Sudeste devido à crise hídrica que ainda vem se agravando cada vez mais. E assim, como outros estados já citados, Minas Gerais ocupa um lugar no topo do ranking de queimadas, o quarto lugar.

No estado mineiro, desde o início do ano até agora, foram contabilizados mais de 2.700 focos de incêndio. Um número absurdo comparado ao mesmo período do ano passado. Com a comparação, o aumento registrado foi de 104%. Foram 14 anos sem um número desse em Minas Gerais quando em 2007 foram registrados 3.344 focos.

Logo atrás de Minas Gerais vem o estado da Bahia para fechar o TOP 5 de queimadas no Brasil. Até o momento, foram mais de 2.500 focos de incêndio no território baiano com um aumento expressivo de 119% comparado ao mesmo intervalo de tempo de 2020.

Previsão agosto

Com o mês de julho encerrando com tantas adversidades do tempo, com tantos eventos extremos de estiagem, de frio com neve e fortes geadas, a expectativa agora é sobre o clima para agosto.

As simulações mais recentes do modelo europeu ECMWF, apontam para poucas mudanças. A tendência é de manutenção do tempo seco em grande parte do Brasil. A precipitação deve ficar dentro ou abaixo da média no Sul, Sudeste, Centro-Oeste, grande parte do Nordeste e áreas da região Norte que apesar da chuva persistente na faixa norte, o sul da região deve ser seco.

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Previsão de chuva dentro ou abaixo da média em grande parte do país em agosto

Vale ressaltar que chuva dentro da média ou mesmo abaixo, não significa ausência total de precipitação, mas uma vez que a média já é baixa para esta época do ano, a situação vai seguir preocupante com relação aos baixos índices de água disponível no solo, baixos níveis de reservatórios, e em contrapartida, com alto número de focos de queimadas.