Números recordes de queimadas e uma estação seca ainda longe do fim
A falta de chuva por meses consecutivos, baixos índices de água disponível no solo, o desmatamento descontrolado, cenários que preocupam em diversos estados brasileiros que veem o número de queimadas aumentarem cada dia mais.
O fogo tem sido apenas mais uma luta diária do brasileiro, das entidades responsáveis como o corpo de bombeiros, os produtores rurais, o setor energético. O número de focos de incêndio tem sido cada vez mais assustador especialmente em áreas do Brasil Central, onde a chuva tem faltado há meses, um drama vivido desde o ano passado.
No ranking nacional de queimadas com dados levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o estado que ocupa o primeiro lugar é Mato Grosso com mais de 7 mil focos registrados desde o início do ano até agora. Em comparação ao ano anterior, houve uma queda de 21%.
Seguindo o ranking, Tocantins ocupa o segundo lugar do número de queimadas. Foram mais de 4 mil incêndios registrados durante esses sete meses de 2021. Diferente do estado mato-grossense, Tocantins teve um aumento de 19% com relação ao ano anterior.
O Maranhão teve mais de 3.400 focos registrados até o momento, o que lhe dá o terceiro lugar no ranking nacional de queimadas. O aumento foi de 16% comparado ao mesmo período do ano passado.
Seca, queimadas e crise hídrica
O Sudeste é uma regiões que mais está sofrendo com a estiagem. São vários setores afetados desde o ano passado com a irregularidade e fraqueza dos eventos de precipitação. O agro sofreu perdas, safras que foram comprometidas em sua produtividade devido ao atraso da chuva.
Tem faltado água nos reservatórios, nas usinas, o que ganhou destaque na região Sudeste devido à crise hídrica que ainda vem se agravando cada vez mais. E assim, como outros estados já citados, Minas Gerais ocupa um lugar no topo do ranking de queimadas, o quarto lugar.
No estado mineiro, desde o início do ano até agora, foram contabilizados mais de 2.700 focos de incêndio. Um número absurdo comparado ao mesmo período do ano passado. Com a comparação, o aumento registrado foi de 104%. Foram 14 anos sem um número desse em Minas Gerais quando em 2007 foram registrados 3.344 focos.
Logo atrás de Minas Gerais vem o estado da Bahia para fechar o TOP 5 de queimadas no Brasil. Até o momento, foram mais de 2.500 focos de incêndio no território baiano com um aumento expressivo de 119% comparado ao mesmo intervalo de tempo de 2020.
Previsão agosto
Com o mês de julho encerrando com tantas adversidades do tempo, com tantos eventos extremos de estiagem, de frio com neve e fortes geadas, a expectativa agora é sobre o clima para agosto.
As simulações mais recentes do modelo europeu ECMWF, apontam para poucas mudanças. A tendência é de manutenção do tempo seco em grande parte do Brasil. A precipitação deve ficar dentro ou abaixo da média no Sul, Sudeste, Centro-Oeste, grande parte do Nordeste e áreas da região Norte que apesar da chuva persistente na faixa norte, o sul da região deve ser seco.
Vale ressaltar que chuva dentro da média ou mesmo abaixo, não significa ausência total de precipitação, mas uma vez que a média já é baixa para esta época do ano, a situação vai seguir preocupante com relação aos baixos índices de água disponível no solo, baixos níveis de reservatórios, e em contrapartida, com alto número de focos de queimadas.