O ano de 2022 promete uma temporada de furacões extremamente ativa
A temporada de furacões está chegando e as previsões apontam que teremos mais um ano com uma atividade de ciclones tropicais acima do normal no Atlântico Norte! Além disso, estudam apontam que essas tempestades poderão ser ainda mais poderosas!
Faltando cerca de um mês e meio para o início oficial da temporada de furacões do Atlântico Norte, os principais centros de operações e pesquisas meteorológicas começaram a divulgar suas previsões a respeito da atividade de ciclones tropicais deste ano.
O time de pesquisadores da Universidade do Estado de Colorado, Estados Unidos, divulgou na última semana suas previsões para a temporada. De acordo com eles, neste ano teremos outra movimentada temporada de furacões no Atlântico e dizem que esta poderá rivalizar com o nível de atividade observado em 2021.
Uma temporada média de furacões, de acordo com a climatologia de 1991 a 2020, tem 14 tempestades tropicais nomeadas, sendo 7 furacões e 3 furacões intensos (categoria 3, 4 ou 5). A perspectiva da CSU é que neste ano teremos 19 tempestades nomeadas, com 9 delas evoluindo para furacões e 4 furacões de categoria intensa, com ventos de pelo menos 178 km/h.
Apesar do número total de tempestades nomeadas previstas para 2022 ser inferior ao número registrado em 2021 (dois a menos), a quantidade prevista de energia acumulada pelos ciclones para a próxima temporada é maior, indicando que as tempestades deste ano poderão ser mais fortes ou durar mais. No ano passado a atividade de furacões foi cerca de 120% da temporada média.
La Niña é a principal responsável?
Ao realizar essas previsões o time de especialistas leva em consideração a situação do principal padrão de teleconexão que afeta o clima global, o El Niño Oscilação Sul (ENOS). Desde o ano passado estamos vivendo uma fase negativa do ENOS, a La Niña, que ainda continua ativa sobre o Oceano Pacífico Tropical, apesar de mais fraca.
Os pesquisadores levaram em consideração as condições atuais junto às previsões dos principais modelos climáticos globais, que apontam uma continuidade da La Niña nos próximos meses ou uma situação neutra, com pouca probabilidade de El Niño. Dessa forma, espera-se que os furacões encontrem condições mais favoráveis para sua formação e desenvolvimento, em relação ao cisalhamento vertical do vento.
Além disso, os pesquisadores também destacaram no relatório de previsão que as águas mais quentes que o normal sobre a porção leste do Atlântico Subtropical Norte e sobre o Mar do Caribe vistas no último mês, são um indicativo de uma temporada de furacões ativa.
O papel das mudanças climáticas
Além das variabilidades naturais do sistema climático, também não podemos nos esquecer das mudanças climáticas induzidas pelas atividades humanas. De acordo com um novo estudo publicado na Nature Communications, as chuvas provocadas pelos furacões durante a histórica temporada de 2020 foram até 11% mais intensas devido ao aquecimento global provocado pelas emissões de gases de efeito estufa.
“Isso significa que as mudanças climáticas não apenas estão afetando nossa temporada de furacões, mas também estão afetando um pouco mais as tempestades mais extremas”, disse Kevin Reed, principal autor do estudo, à CNN. “Então, a principal conclusão é que as mudanças climáticas estão aqui e já estão afetando nossas temporadas de furacões”.