O que são precipitações invernais?
A intensa onda de frio que atingiu o Brasil nos últimos dias provocou forte declínio na temperatura em grande parte do país e gerou até neve na Região Sul. Mas a neve é só uma das precipitações invernais que existem. Você já conhece as outras?
Ondas de frio podem ser previstas com dias de antecedência. Para tanto, os meteorologistas monitoram elementos chaves como o índice da Oscilação Antártica (OA), corrente de jato, pressão atmosférica e o deslocamento das massas de ar frio.
Quando os previsores se deparam com um índice muito negativo da OA - como ocorrido neste mês - sabem que pode ser um prenúncio de frio a caminho. Isso porque, durante uma fase negativa da OA nos meses de inverno é comum a amplificação da corrente de jato sobre a América do Sul. Essa é a condição necessária para a chegada de fortes massas de ar frio no interior do Brasil igual a última.
As ondas de frio se tornam um atrativo turístico nas áreas serranas da Região Sul, gerando uma grande expectativa nos brasileiros que viajam até lá para conhecer a neve. Além da neve, existem outras precipitações invernais como a chuva congelada e a chuva congelante. Mas qual a diferença entre essas precipitações?
Antes de responder à pergunta acima, é importante lembrar que a neve observada na Região Sul do Brasil acontece em um contexto diferente daquela que estamos acostumados a ver nos países da Europa, Estados Unidos, etc. No sul brasileiro a precipitação invernal é favorecida tanto pela altitude como por alguns ingredientes atmosféricos específicos.
De modo geral, os meteorologistas apostam em neve no sul quando a temperatura em 850 hPa (1,5 km de altura) é inferior a 3°C e a umidade relativa para esse mesmo nível é superior a 80%. Contudo, existem ainda vários outros elementos importantes na predição da neve (configuração do jato, de cavados, etc).
Precipitações invernais
NEVE: Consiste na precipitação de cristais de gelo que em geral apresenta forma hexagonal e com ramificação complexa. Quando a precipitação de neve é intensa, denomina-se nevasca. Existe também a neve granular, nome dado a neve em formato de grãos achatados ou alongados (diâmetro inferior a 1 mm).
Para um evento de neve é importante que a temperatura esteja abaixo de zero grau em uma camada profunda de ar que se estende da nuvem em direção a superfície terrestre. Isso é necessário para que o floco de neve não seja derretido durante a queda em direção ao solo.
CHUVA CONGELADA: Se refere a precipitação que chega no solo como pequenos grãos de gelo de até 5 mm de diâmetro, podendo ser esféricos, irregulares ou cônicos (“granizo miúdo”). Esse fenômeno que pode anteceder a queda de neve, se forma quando a mesma encontra uma camada de ar mais quente ao longo de sua queda.
O ar mais quente atua para derreter o floco de neve, tornando esse em água liquida, mas que logo em seguida é congelado ao encontrar uma camada de ar frio próximo da superfície.
CHUVA CONGELANTE: Basicamente se trata da precipitação liquida, mas com temperatura abaixo de zero (super fusão da água). Ao tocar a superfície terrestre, a gota super resfriada se congela imediatamente. Esse tipo de precipitação pode acumular vários centímetros de gelo sobre um objeto, dando um aspecto de “vitrificado”.
É perigosa, pois em comparação com a neve, o gelo úmido aumenta o risco de acidentes de trânsito devido as pistas escorregadias. Já nos sistemas de energia elétrica, o peso do gelo pode colapsar cabos e torres de transmissão.
CURIOSIDADE: Outro evento meteorológico em episódios de frio rigoroso é o sincelo. Ele se forma na presença de um denso nevoeiro aliado a temperaturas negativas (-2°C a -8°C). As baixas temperaturas resultam no congelamento das gotas de água em suspensão quando essas tocam um objeto (ex: vegetação).