Onda de calor histórica: recordes de temperatura pelo país
O ano de 2020 certamente entrará para a história como um dos mais impactantes da civilização moderna. O último acontecimento, para os brasileiros, foi uma onda de calor extrema que provocou alvoroço em meio a um tempo seco e recheado de poluição de queimadas.
Fazer calor na primavera no Brasil, com temperaturas em torno dos 40°C, mesmo no começo da estação, não é novidade, especialmente nos estados do Centro-Oeste, do Norte e no interior do Nordeste. Mas quando amplas áreas do país começam a registrar temperaturas entre 40°C e 44°C, por vários consecutivos, então temos uma situação atípica, especial e perigosa para a população que precisa ser alertada.
Fazer calor na primavera no Brasil, com temperaturas em torno dos 40°C, mesmo no começo da estação, não é novidade, especialmente nos estados do Centro-Oeste, do Norte e no interior do Nordeste. Mas quando amplas áreas do país começam a registrar temperaturas entre 40°C e 44°C, por vários consecutivos, então temos uma situação atípica, especial e perigosa para a população que precisa ser alertada.
A onda de calor que se instalou em boa parte do país provocou recordes de temperaturas e entrou para a história. A cidade de São Paulo bateu o recorde de mais alta temperatura em 2020 por três vezes na mesma semana e alcançou a segunda maior marca já registrada na história (37,4ºC). Confira os cinco maiores recordes de máxima temperatura na cidade de São Paulo:
- 37,8°C - 17/10/2014
- 37,4ºC - 02/10/2020
- 37,1ºC - 01/10/2020
- 37,1ºC - 30/09/2020
- 37,0ºC - 29/01/1999
Na cidade do Rio de Janeiro a sensação térmica chegou a 49,1ºC na quinta-feira (01/10), mas logo foi superada chegando a atingir a sensação térmica de 49ºC na sexta-feira (02/10). Ainda sexta-feira houve recorde de temperatura máxima desde o início das medições pelo Alerta Rio, onde foi registrado 43,6ºC. Abaixo, alguns exemplos de recordes de calor extremos observados no Brasil até 02/10/2020:
- Cuiabá (MT): 44°C em 30/9/2020 (maior temperatura desde dezembro de 1910 e entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil);
- Campo Grande (MS): 40,8ºC em 30/09/2020 (recorde histórico desde que começaram as medições meteorológicas nestes locais feitas pelo INMET);
- Água Clara (MS) 44,4°C em 1/10/2020 (recorde histórico e entre as entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil);
- Coxim (MS): 44,1°C em 30/9/2020(recorde histórico e entre as entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil);
- Corumbá (MS): 43,4°C em 1/10/2020 (segunda maior temperatura de sua história, abaixo apenas do recorde histórico de 43,8°C de 15/11/1962 e entre as entre as 10 temperaturas mais elevadas registradas pelo INMET no Brasil);
- Goiânia (GO): 40,4°C (igualou o recorde histórico ocorrido em 17/10/2015);
- Lins (SP): 41,9°C em 30/9/2020;
- Jales (SP): 41,7°C em 30/9/2020.
O calor se somou com outro fator extremo: a baixíssima umidade relativa do ar. A umidade do ar continua em níveis muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), variando entre 20 e 9% em grande parte do país, especialmente na região Centro-Oeste. De acordo com a OMS, o nível ideal de umidade relativa do ar é entre 60 e 80%. Quando o índice aponta níveis abaixo de 20% a situação é considerada emergencial.
Causa do Calor
A maioria das frentes frias de agosto e de setembro de 2020 foram bloqueadas no extremo sul do Brasil. O bloqueio foi causado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) que, apesar de estar localizada sobre o Oceano Atlântico (10ºW), gerou um amplo pulso que se propagou em direção ao continente, influenciando parte do Sudeste do Brasil.
O ar frio de origem polar destas frentes frias foi desviado para alto-mar, sem conseguir penetrar pelo interior do país para se misturar com o ar quente e aliviar o calor. Sem o ar polar, o ar quente foi se intensificando sobre o país mantendo as temperaturas muito elevadas e por vários dias.
Previsão do Tempo
A previsão indica um alívio para este fim de semana. Uma frente fria que avança sobre o Sul do país e deve derrubar a temperatura em algumas capitais do Sul e Sudeste no fim de semana, incluindo a capital paulista. O calor deve diminuir São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro já no sábado (3), com previsão de muitas nuvens e temperatura amena.