Organização Meteorológica Mundial reconhece 5 estações meteorológicas centenárias do Brasil!
Na semana passada, durante o Congresso Meteorológico Mundial, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) reconheceu 5 estações meteorológicas centenárias brasileiras! Dessa forma, agora o Brasil possui um total de 16 estações meteorológicas centenárias reconhecidas pela OMM.
Na última quarta-feira, durante o 19° Congresso Meteorológico Mundial, realizado em Genebra, na Suíça, a Organização Meteorológica Mundial realizou uma cerimônia para o reconhecimento de estações meteorológicas centenárias. Entre as estações meteorológicas reconhecidas, cinco são brasileiras!
As 5 estações centenárias brasileiras são operadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e seguem em funcionamento desde a década de 1910 até os dias de hoje, localizadas em municípios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil:
- São Gabriel da Cachoeira (AM), inaugurada em 1920;
- Barra do Corda (MA), inaugurada em 1912;
- Porto Nacional (TO), inaugurada em 1915;
- Jacobina (BA), inaugurada em 1912
- Catalão (GO), inaugurada em 1913.
Com as 5 novas estações reconhecidas, já são 16 estações centenárias do INMET reconhecidas pela OMM, um número ainda pequeno em relação às 750 estações administradas pelo INMET no Brasil! Essas estações foram reconhecidas entre os anos de 2019 e 2021, e estão localizadas nos municípios de Caetité (BA), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Maceió (AL), Manaus (AM), Quixeramobim (CE), Salvador (BA), Aracaju (SE), Campos dos Goytacazes (RJ) e Passo Fundo (RS). A mais antiga delas é a estação de Quixeramobim, que foi inaugurada em 1896.
Para obter o reconhecimento da OMM, além da estação ter sido estabelecida há pelo menos 100 anos, a estação deve: ser operada de acordo com os padrões de observação da OMM; seus períodos de inatividade não devem exceder 10%; os dados observados e medidos devem estar sujeitos a procedimentos de controle de qualidade de acordo com as diretrizes e práticas da OMM; os dados históricos de observação e os metadados devem ser disponibilizados para a pesquisa científica e, por último, esses dados devem ser arquivados digitalmente.
De acordo com a OMM, as estações meteorológicas de observação de longo prazo fazem parte do patrimônio mundial cultural e científico da humanidade e são fontes únicas de informação sobre o passado dos parâmetros atmosféricos, climáticos e ambientais. Essas informações são a base das previsões do tempo e clima, além de serem referências para avaliações das variabilidades e mudanças climáticas.
Como funcionam as estações meteorológicas?
As estações meteorológicas são compostas por um conjunto de vários instrumentos que registram as principais variáveis meteorológicas que representam as condições atmosféricas de um determinado lugar em um dado momento, como: pressão atmosférica, temperatura, umidade, radiação solar, chuva, direção e velocidade do vento.
Existem dois tipos de estações meteorológicas: as convencionais e as automáticas. As convencionais são aquelas onde existem meteorologistas ou técnicos responsáveis em realizar as observações e leituras dos instrumentos em pelo menos 3 horários fixos no dia. Já as estações automáticas, também chamadas plataforma de coleta de dados (PCD), são torres equipadas com diversos sensores que realizam as medições de forma automática em intervalos de horas ou minutos, armazenando essas informações em uma unidade de memória central.
As estações mais antigas e centenárias são do tipo convencional. Nessas estações, geralmente observamos alguns instrumentos expostos ao ar livre e outros dentro de um pequeno abrigo branco, o chamado abrigo meteorológico, e todo esse conjunto fica dentro de um cercado de medidas bem definidas. A instalação, construção e operação dessas estações devem seguir padrões bem rigorosos da OMM para terem seus dados reconhecidos e inseridos no grande banco de dados meteorológicos mundial.