Os avanços da NASA: estudos mostram possível retorno dos voos supersônicos, e isso de maneira comercial a todos

Que a NASA e outros órgãos governamentais e privados continuam na corrida para voos fora da Terra isso todo mundo sabe. Mas já imaginou realizar um voo comercial supersônico aqui na Terra?

x-59
Aeronave X-59 da Nasa pretende reduzir o estrondo sônico a um baque. Foto: reprodução Lockheed Martin

Quase que diariamente acompanhamos notícias sobre voos lançados para fora da atmosfera terrestre, isso é o caminho natural com um mundo cada vez mais desenvolvido tecnologicamente e com a junção de todo o conhecimento obtido pelo homem desde o surgimento da nação. Aliás, recentemente, em uma missão considerada histórica, a Índia conseguiu com sucesso realizar o pouso de um módulo em região inexplorada da Lua.

A NASA é com certeza um dos órgãos mais envolvidos nas antigas e novas descobertas realizadas pelo homem, mas não é somente para fora do planeta que os estudos estão apontados, afinal melhorar nosso cotidiano também é fundamental. Os últimos estudos do órgão avançaram de forma positiva para o retorno de voos supersônicos, isso mesmo, retorno, porque eles já existiram anteriormente.

Voos comerciais cruzam o planeta diariamente, hoje é possível chegar a qualquer canto do mundo devido aos avanços tecnológicos, mas claro, isso ainda leva bastante tempo a depender do ponto de partida e do destino final, pois as leis da física e da distância ainda precisam ser respeitadas.

Voos mais curtos ou velocidade aumentada?

Imagina cruzar todo o oceano Atlântico de avião em menos de três horas, isso é possível, já foi possível ou ainda será possível? É o que ninguém mais, ninguém menos que a NASA vai nos responder em seu novo estudo.

voo supersonicos
Avião X-59 da Nasa está construído e pronto para testes. Foto: reprodução Lockheed Martin

Você sabia que desde 2003, época do final do Concorde, atravessar o Atlântico rapidamente é considerado coisa do passado? A velocidade máxima do Concorde era Mach 2,04 (2.180 kmh). Normalmente, os voos entre Londres e Nova York levam em torno de oito horas ou cerca de sete na direção contrária, ou seja, de Nova York para Londres, rota que já foi feita em um recorde de cinco horas por conta do impulsionamento de uma corrente de jato favorável ao sentido do avião.

No entanto, no mundo de hoje que tempo é dinheiro e que todo mundo tem pressa para tudo e todos, cinco horas que seja em modo recorde, já é considerado muito tempo para perder em um deslocamento dentro de um avião. Foi pensando nisso que a NASA iniciou um novo estudo para diminuir esse tempo, mas como isso seria possível se a distância é a mesma? Afinal, a Terra não encurtou, os enormes oceanos continuam lá, e ainda bem.

NASA realiza estudo para voos supersônicos para que viagens comerciais levem menos tempo. Você teria coragem de embarcar?

Bom, a NASA não considerou a diminuição da distância de um ponto para outro e sim, o aumento da velocidade das aeronaves, mas isso é considerado seguro para realização de voos comerciais? A NASA calculou que o voo entre Nova York e Londres poderá durar cerca de 90 minutos no futuro através de viagens supersônicas.

Estratégica de alta velocidade

A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço relatou e confirmou sua estratégia de alta velocidade em cima de voos supersônicos. A ideia do estudo é verificar se voos comerciais até Mach 4, ou seja, que chegam a mais de 4.830 km/h, poderiam decolar no futuro e assim diminuir o tempo de deslocamento dos humanos. Com essa velocidade é que a NASA fez o cálculo do trajeto Nova York-Londres em apenas 90 minutos.

youtube video id=MVHac7kGBhg

Durante o estudo, apenas rotas transoceânicas foram consideradas, incluindo viagens sobre o Atlântico Norte e sobre o Pacífico, isso porque nações como os Estados Unidos proíbem atualmente vos supersônicos terrestres. O que se sabe até o momento é que a NASA está desenvolvendo aeronaves supersônicas consideradas silenciosas, as quais levam o nome de X-59, que fazem parte inclusive, da sua missão Quest.

Essa missão pode ser um marco histórico, que segundo a NASA, pode eventualmente gerar modificações nas regras da aviação atual. A ideia é abrir caminho para voos comerciais entre Mach 2 e Mach 4 (2.470 - 4.830 km/h). Para que isso seja possível, o Programa de Veículos Aéreos Avançados (AAV) da NASA vai passar para a próxima fase do estudo que considera viagens de alta velocidade, a qual será necessária a contratação de empresas para desenvolver projetos.

A ideia é explorar as possibilidades de viagens aéreas, delinear riscos e desafios e identificar tecnologias necessárias para tornar Mach 2 em uma realidade - NASA.

Foi divulgado recentemente que duas equipes já fazem parte da pesquisa, uma será liderada pela Boeing e outra pela Northrop Grumman Aeronautics Systemas. A função é que cada empresa apresente projetos com aeronaves capazes de sustentar altas velocidades supersônicas, para que essas viagens sejam seguras para serem realizadas de maneira comercial por todos nós.

A rápida evolução de um futuro cada vez mais próximo

Muitos temas levantados pela ciência ainda são considerados por nós humanos, coisa do futuro, mas com a rápida evolução, o futuro está cada vez mais próximo. Segundo Lori Ozoroski, gerente do Projeto de Tecnologia Supersônica Comercial da NASA, estudos parecidos com os de agora já foram realizados há 10 anos atrás, os quais moldaram o desenvolvimento da aeronave X-59.

Ozoroski ainda acrescentou que assim como os estudos de antes ajudaram o atual, o mesmo acontecerá com os novos estudos futuros que, com certeza, irão atualizar a visão dos roteiros tecnológicos e identificar necessidades de investigações adicionais para uma gama mais ampla de alta velocidade.

Na fala de Mary Jo Long-Davis, gerente do Projeto de Tecnologia Hipersônica da Nasa, ficou claro que a próxima etapa do estudo já trará também considerações de segurança, eficiência, econômica e social. A pesquisadora deixou claro que é importante inovar com responsabilidade.

A construção da aeronave de teste X-59 foi concluída pela Lockheed Martin no último mês de julho, a qual foi projetada justamente para transformar estrondos sônicos em meros baques menos barulhentos e ofensivos, na esperança de tornar o voo supersônico terrestre uma possibilidade do futuro. Sabe-se até o momento que testes de solo e um primeiro voo supersônico já tem data marcada para o final do ano. A NASA tem a pretensão de ter dados suficientes para entregar aos reguladores dos EUA em 2027, ou seja, o futuro está cada vez mais próximo.