Padrão climático atual favorece as expectativas do café brasileiro no mercado
Em junho, o mercado de café apresenta alta, destacando-se na Bolsa de Nova York com o contrato futuro de café arábica para julho atingindo 233,90 centavos por libra, impulsionado por condições climáticas favoráveis no Brasil.
O mercado de café continua vibrante em junho, refletindo as altas observadas nas bolsas de Nova York e Londres. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o contrato futuro de café arábica para julho/2024, que é a referência mundial para os grãos arábica, registrou um aumento significativo, fechando em 233,90 cents por libra.
Dinâmica global do mercado de café
Este aumento foi destacado pelo Conselho Nacional do Café, que utiliza os dados fornecidos pelo ICE Futures US para monitorar e analisar as tendências do mercado global de café. Por outro lado, na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), o mesmo vencimento experimentou uma leve queda, fechando a 4.425 dólares por tonelada, embora a semana ainda tenha registrado um saldo positivo de 7%.
No Brasil, a conjuntura atual é favorável para a produção de café, graças às condições climáticas ideais. O inverno tem sido ameno, sem grandes ondas de frio, o que favorece a colheita e a secagem dos grãos nas principais regiões produtoras. Além disso, as anomalias de precipitação e temperatura indicam um clima predominantemente seco para a primeira quinzena de junho, o que é ideal para o avanço das atividades de campo sem interrupções significativas.
A previsão indica que grande parte das principais regiões cafeicultoras terá um déficit de precipitação e temperaturas acima da média, condições estas que são propícias para a fase de secagem dos grãos, crucial para a qualidade final do café. Esses fatores climáticos, ao proporcionar um ambiente seco e quente, minimizam os riscos de doenças fúngicas e aceleram os processos de colheita e processamento, potencialmente levando a uma safra de excelente qualidade
Condições Favoráveis no Brasil
Para além das condições meteorológicas, outros fatores econômicos também desempenham um papel crucial no cenário atual da indústria cafeeira. Por exemplo; a cotação do dólar, que fechou a última sessão a R$ 5,2508, mostra uma desvalorização que pode influenciar positivamente as exportações, que já demonstraram força no mês passado, superando 4 milhões de sacas, conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
No mercado interno, os preços do café robusta e arábica estão em alta, com o robusta operando em níveis recordes, aproximadamente R$ 1.250 por saca. O Cepea atribui essa valorização à oferta mundial apertada, influenciada por condições climáticas adversas no Vietnã.
O café arábica também viu seus preços avançarem, sustentados pela expectativa de uma safra volumosa, apesar de alguns contratempos no campo como grãos menores que o usual, especialmente no Sul de Minas Gerais, na Zona da Mata, e na Mogiana Paulista, onde 20% a 30% da safra já foi colhida.
Café | INDICADOR DO CAFÉ ARÁBICA CEPEA/ESALQ | ||||
Data | À vista R$ | À vista US$ | ||
01/2024 | 990,64 | 201,52 | ||
02/2024 | 1.008,88 | 203,34 | ||
03/2024 | 1.013,92 | 203,66 | ||
04/2024 | 1.214,35 | 236,77 | ||
05/2024 | 1.175,42 | 228,75 | ||
06/2024 | 1.327,88 | 250,54 | ||
Fonte | Cepea |
Os relatórios de campo indicam que, em algumas áreas como Garça e o noroeste do Paraná, menos de 20% da safra foi colhida até agora; no Cerrado de Minas Gerais, apenas 10% foi colhido. Essas discrepâncias destacam desafios na qualidade dos grãos, com predominância de grãos menores que podem afetar o volume total da safra.
As condições de mercado favoráveis e o clima cooperativo podem continuar a impulsionar as tendências altistas tanto no mercado físico quanto futuro, beneficiando investidores e produtores de café com perspectivas otimistas para a safra atual.