Paleontólogos revelam fóssil ‘dragão chinês’ de 240 milhões de anos
Um fóssil misterioso de 240 milhões de anos apareceu no sul da China e os cientistas acabam de reconstruir a sua história. Saiba mais informações aqui.
Uma descoberta surpreendente deixou os paleontólogos sem palavras. Os restos mortais de um réptil marinho de 240 milhões de anos foram encontrados num antigo depósito de calcário na província de Guizhou, no sul da China.
O exemplar surpreendeu os cientistas não só pelo seu tamanho – que ultrapassa os 5 metros de comprimento – mas também pelo seu pescoço extraordinariamente longo, composto por 32 vértebras separadas, o que lhe confere a aparência de um dragão.
Além disso, o fóssil estava praticamente completo. “Ele tinha membros parecidos com barbatanas e seu pescoço era mais longo que o corpo e a cauda combinados”, disse Fraser.
Segundo esses indícios, o animal estava altamente adaptado à vida oceânica, como evidenciado pelos membros com nadadeiras e pelos peixes preservados na região do estômago. “É um animal muito estranho”, afirmaram os pesquisadores, que supõem que o longo pescoço lhe permitiria procurar presas em fendas subaquáticas.
Um nome para o 'dragão'
O novo “dragão” foi batizado. Chama-se Dinocefalossauro e pertence ao período Triássico. "Esta descoberta nos permite ver este impressionante animal de pescoço comprido na sua totalidade. É mais um exemplo do estranho e maravilhoso mundo do Triássico que continua confundindo os paleontólogos", disse Fraser.
Sua aparência é comparável à do Tanystropheus hydroides, outro réptil marinho do Triássico Médio. Ambos os répteis compartilham características cranianas semelhantes, incluindo uma mandíbula dentada semelhante a uma armadilha para peixes. Mas o exemplar encontrado agora possui mais vértebras, tanto no pescoço quanto no tronco, e isso lhe confere uma aparência semelhante a uma cobra.
Por sua vez, o professor Li Chun, do Instituto de Paleontologia, acrescentou: “Entre todas as descobertas extraordinárias que fizemos do Triássico na província de Guizhou, o Dinocefalossauro é provavelmente o mais notável”.
A descoberta não só traz informações sobre a diversidade da vida pré-histórica em mares antigos, mas também levanta novas questões sobre a evolução e adaptação destas criaturas ao seu ambiente marinho há milhões de anos.
A equipe de pesquisa é formada por cientistas da Escócia, Alemanha, Estados Unidos e China, que estudaram o fóssil no Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados de Pequim, parte da Academia Chinesa de Ciências. Os detalhes da descoberta foram publicados esta semana na revista Earth and Environmental Science: Transactions of the Royal Society of Edinburgh.
Referência da notícia:
Spiekman, S. N. F. et al. Dinocephalosaurus orientalis Li, 2003: a remarkable marine archosauromorph from the Middle Triassic of southwestern China. Earth and Environmental Science Transactions of the Royal Society of Edinburgh, 2024.