Período seco e quente resulta em baixa umidade e preocupação na saúde

Baixos índices de umidade relativa do ar têm preocupado no Brasil Central devido período seco e quente. Problemas respiratórios aumentam nesta época do ano e expectativa é de continuidade da falta de chuva.

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Baixa umidade e os problemas respiratórios: uma realidade em boa parte do país nas últimas semanas.

Há mais de um mês sem registro de uma gota sequer de chuva, o Brasil Central enfrenta o tempo seco e quente. Aliás, não tem chovido em grande parte do Brasil sob a influência de bloqueios atmosféricos e massas de ar seco responsáveis por inibir a formação e avanço de instabilidades.

O resultado da falta de chuva se dá de várias formas, e o cenário preocupa: tempo seco, baixa umidade relativa do ar, alta concentração de poluentes em suspensão na atmosfera, calor fora do normal para esta época do ano, solo seco, queimadas aumentando cada vez mais.

Período seco intenso no Brasil Central: umidade baixa e calor prejudicam a saúde!

Há semanas, a umidade relativa do ar (UR) tem ficado abaixo do considerado ideal para a saúde humana. Índices que têm ficado muitas vezes abaixo de 20%, já um estado de alerta. Em Cuiabá, no Mato Grosso, a situação é grave, já são seis dias consecutivos com UR abaixo de 20%. No sábado (23), chegou a 13%. Em Goiânia, a UR chegou a 15% na terça-feira (26).

Calor, baixa umidade e saúde respiratória

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem níveis de umidade relativa do ar que podem provocar impactos distintos na saúde humana. UR acima de 60% é o considerado adequado para nossa respiração e abaixo disso já começam as preocupações: UR entre 31% e 40% é considerado estado de observação, UR entre 21% e 30% já é estado de atenção, enquanto que UR entre 12% e 20% é o estado de alerta.

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Índices de umidade relativa do ar e níveis de preocupação com a saúde segundo a OMS.

O nível mais grave é quando a umidade do ar fica abaixo de 12%, sendo já um estado de emergência e com grandes chances de impactos negativos na saúde humana, como por exemplo, agravar doenças crônicas como asma, rinite, sinusite e outras mais.

Em tempo de seca extrema e temperaturas elevadas, a organização indica tomar bastante líquido, evitar exercícios físicos ao ar livre das 10h às 17h e, além disso, indica manter a casa sempre limpa para evitar o acúmulo de poeira.

Cuidados com a pele também devem ser tomados, como o uso de hidratantes após o banho para evitar o ressecamento da pele, idosos e crianças sofrem bastante com isso. Importante umidecer olhos e nariz com soro quantas vezes for preciso.

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Na capital paulista, a umidade do ar tem ficado abaixo dos 30% e preocupa com altos índices de concentração de poluentes.

Na capital paulista já são meses com precipitação abaixo da média climatológica, o que não quer dizer ausência total da chuva, mas no somatório final, os acumulados têm sido insuficientes para a época do ano. Com relação às temperaturas, principalmente as da tarde, o mês de julho tem sido bastante atípico.

Nos últimos meses em São Paulo, a temperatura não fugiu tanto da climatologia, mas este mês foi muito mais quente que o normal. Na média, um desvio de quase 2°C acima do normal. Com o tempo seco e quente, a qualidade do ar piora em uma cidade que já é conhecida por tamanha poluição, e a saúde humana é mais afetada ainda.

Calor ajuda no aumento das queimadas

Como se não fosse suficiente a falta de chuva, o calor acima do normal e os baixos índices de umidade relativa do ar, que por si só já prejudicam e muito a saúde, o número de focos de queimadas não para de crescer no Brasil.

Fuligem de queimadas fica em suspensão na atmosfera e cobre casas e carros. Toda a poluição gerada faz mal para a saúde humana!

Mato Grosso segue como campeão no ranking de queimadas segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em que já soma 8.344 focos de queimadas desde o início do ano até agora. Em comparação com o mesmo período de 2021, já houve um aumento de 20%. Para se ter uma idéia do número tão discrepante, Tocantins que vem em segundo lugar no ranking, somou 4.283 focos, pouco mais apenas da metade do estado mato-grossense. Vale ressaltar que o estado também registrou aumento com relação a 2021, cerca de 13%.

Seca continua?

Ainda não há previsão de chuva em grande parte do Brasil. Nesta reta final do mês de julho, uma frente fria rompe o bloqueio atmosférico e chega ao Sudeste. Porém, a chuva não será tão abrangente e muito menos duradoura. Pancadas de chuva podem se espalhar por São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro nesta sexta-feira (29), mas com baixos acumulados.

Enquanto isso, outra massa de ar seco avança na retaguarda do sistema, deixando o tempo seco em toda a região Sul, Sudeste e Centro-Oeste no final de semana. O calorão até promete dar uma trégua com o avanço de um ar frio, mas também não vai durar muito tempo. Só volta a chover em agosto!

Na quarta-feira (03) uma nova frente fria se forma no Rio Grande do Sul, avançando nos próximos dias, mas ainda não será de forma abrangente pelo centro-sul, ou seja, pouca coisa deve mudar nos próximos dias e o ar seco deve permanecer seco especialmente no Brasil Central.