Pesquisa revela que 42% dos brasileiros se sentem muito impactados pela fumaça das queimadas

Pesquisa do Datafolha revela que 42% dos brasileiros sentiram forte impacto da fumaça das queimadas, afetando principalmente Norte e Centro-Oeste.

Queimadas
Uma pesquisa do Datafolha perguntou aos entrevistados se as queimadas impactaram sua saúde.

Este ano, o Brasil registrou um dos piores índices de queimadas do país. As temperaturas atingiram níveis extremos e uma seca prolongada contribuiu para a rápida propagação do fogo. Um rastro de devastação atingiu as cidades, manifestando-se tanto em incêndios quanto em fumaça, resultando em um dos piores índices de poluição do ar em diversos dias.

Brasileiros afirmam ter sentido o impacto das queimadas na saúde

Estudo do Datafolha publicado nesta semana revela que 42% dos brasileiros acreditam que suas vidas foram significativamente impactadas pela fumaça dos incêndios que afetam algumas regiões do país neste ano.

De janeiro até o último dia 10 de outubro, o Brasil registrou 223.257 focos de incêndio, um aumento de 78% em relação ao ano anterior. O bioma com a maior porcentagem das queimadas é a Amazônia, com 49,2%, seguido pelo Cerrado, com 32,3%.

Até agora, setembro segue como o mês com maior número de queimadas em 2024. Em agosto, 5,65 milhões de hectares foram queimados, enquanto em setembro o número saltou para 10,65 milhões de hectares, um aumento de 90% de um mês para o outro.

DataFolha
A pesquisa quantificou a porcentagem de pessoas que se sentiram impactadas pelas queimadas no Brasil.

O estudo indica que, em uma escala de zero a dez — onde números mais baixos refletem uma menor percepção do impacto das queimadas — 42% dos entrevistados relataram que suas vidas foram afetadas no nível máximo (entre 9 e 10).

Outros 25% disseram ter sentido o impacto em um nível entre 7 e 8, 18% consideraram ter sido afetados entre 4 e 6, e 14% afirmaram ter sido pouco ou nada impactados pela fumaça (de 0 a 3). Além disso, 1% não soube responder.

O Datafolha revela que a proporção de entrevistados que percebem um grande impacto da fumaça é mais elevada no Centro-Oeste e no Norte do país (57%).

Na sequência, estão o Sudeste (42%), o Nordeste (37%) e o Sul (36%). Até o início de outubro, a Amazônia concentrou 49,2% das queimadas no país, com 381 mil km² consumidos pelo fogo, uma área que supera o tamanho do Japão.

O bioma que teve o maior aumento percentual foi o Pantanal, com 1.267% mais focos de incêndio entre janeiro e começo de outubro, comparando o mesmo período em relação a 2023.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados se a saúde foi afetada pela crise de queimadas. Para 34%, houve um grande impacto (de 9 a 10), enquanto 19% relataram pouca ou nenhuma alteração (de 0 a 3). Entre as regiões do país, o problema é reconhecido por uma maior parte da população do Centro-Oeste e do Norte, onde 43% afirmam ter sofrido um forte impacto.

No Sudeste, esse índice é de 35%, e no Nordeste, de 33%, enquanto o Sul fica por último, com apenas 23%. A pesquisa ouviu 2.029 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 7 e 8 de outubro, em 113 municípios de todas as regiões do Brasil.