Pesquisa revela que 81% das indústrias do Rio Grande do Sul foram afetadas pelas inundações do mês passado

Pesquisa mostra um panorama dos impactos enfrentados pelas indústrias do Rio Grande do Sula após enchentes, além de enfatizar que o estado precisará de um tempo para se recuperar.

Enchentes no sul
Pesquisa mostra um panorama dos prejuízos enfrentados pelas indústrias do Rio Grande do Sul após as enchentes. Foto: Folhapress.

Nos meses de abril e maio deste ano, o Rio Grande do Sul foi atingido por intensas chuvas que resultaram em mortes e diversos prejuízos, comprometendo a infraestrutura física e social, bem como redes de transportes e serviços essenciais da sociedade.

Até a última atualização da Defesa Civil, ainda há 39 pessoas desaparecidas, 176 mortes, 422 mil desalojados, 10 mil pessoas em abrigos e 478 municípios atingidos. Outro problema é o número de mortes por leptospirose após as cheias no estado, totalizando 19 mortes, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES).

Uma pesquisa recente, realizada pelo Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul, buscou compreender o perfil das empresas afetadas e avaliar os prejuízos sofridos pelas indústrias do estado.

Quase metade das indústrias do estado foram afetadas pelas enchentes

O maior número de municípios afetados está concentrado na região Central, seguida do Vale do Taquari, Vales dos Sinos, Serra Centro e Metropolitana. Cerca de 95 municípios atingidos de maneira mais grave, são extremamente representativos em termos de economia e demografia, representando 51% da população gaúcha.

Nas regiões que possuem municípios em situação de emergência existem cerca de 21 mil indústrias, o que representa 40,9% do total do Rio Grande do Sul. Segue as regiões com o maior número de empreendimentos industriais potencialmente afetados:

  • Planalto: 51 mil
  • Missões: 3,7 mil
  • Serra: 2,6 mil
  • Metropolitana: 1,9 mil
  • Vale dos Sinos: 1,9 mil

Na Indústria de Transformação, 40,6% da massa salarial está concentrada em 323 municípios que se encontram em situação de emergência. Diante deste cenário de municípios impactados, a pesquisa constatou que uma parcela significativa da massa salarial de diversos segmentos industriais está concentrada nas regiões mais atingidas.

52% das empresas não possuíam seguro contra perdas e danos decorrentes das enchentes

A pesquisa coordenada pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) buscou entender o perfil das empresas mais afetadas, avaliar a extensão e os tipos de prejuízos sofridos pelas indústrias do Rio Grande do Sul. A partir disso, o órgão pretende fornecer uma base sólida para direcionar esforços de recuperação e suporte.

É uma tarefa extremamente difícil reconstruir o estado do Rio Grande do Sul, ressalta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

De acordo com a pesquisa, as enchentes no estado resultaram em paralisação parcial ou total de 63% das indústrias, sendo que 93% das interrupções atingiram 30 dias. A média de suspensão das atividades foi de 14 dias, e mais da metade das empresas com atividades paralisadas conseguiram retomar as operações dentro de um mês.

Dentre os prejuízos da tragédia estão: logística para escoamento da produção ou recebimento de insumos, problemas com os colaboradores e dificuldades com fornecedores atingidos pelas enchentes. Uma informação preocupante é que 52% das empresas não possuíam seguro contra perdas e danos decorrentes das enchentes.

Pesquisa
Pesquisa mostra que as empresas pretendem continuar no local onde estão instaladas. Fonte: FIERGS.

Em relação ao futuro, 64,2% das empresas pretendem permanecer no mesmo local onde estão instaladas, enquanto 20,1% ainda não decidiram o que farão com o empreendimento.

As principais medidas que podem incentivar as empresas a retomar suas atividades incluem a melhoria da infraestrutura local, prorrogação de pagamentos de tributos e a concessão de crédito subsidiado, visto que as pequenas e médias empresas priorizam a necessidade destas últimas medidas mencionadas.

Fonte da notícia

Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. Pesquisa da FIERGS mostra que 63% das indústrias consultadas afetadas pelas enchentes sofreram paralisação de atividades.