Pode faltar água: racionamento já ocorre em alguns municípios de SP

Chuva irregular e mal distribuída, cenário que atinge boa parte do Brasil Central desde o verão de 2020. Choveu pouco durante o período úmido e agora com a chegada da estação seca, a situação pode se agravar ainda mais, especialmente com a atuação de um bloqueio atmosférico que inibe o avanço de frentes frias capazes de organizar instabilidades e chuva significativa sobre o interior do país.

As consequências da falta de chuva são conhecidas e diversificadas, o solo seca, a plantação se perde, as matas queimam, os animais morrem e os humanos se desesperam com a falta de abastecimento em suas casas.

É o caso de Bauru que anunciou nesta última semana o início do rodízio em bairros que são abastecidos pelo Rio Batalha, que até então abastece 40% da população da cidade. Segundo o Departamento de Água e Esgoto de Bauru, no ano passado esses mesmos moradores enfrentaram esse mesmo problema, o rodízio de água durou meses e a população passava até 3 dias sem abastecimento.

Falta de chuva deve afetar outras cidades

Para o diretor da SABESP de Franca Gilson Mendonça, o corte no abastecimento já é uma realidade, uma certeza. Com precipitação registrada abaixo da climatologia para a época do ano, a população de grandes cidades deve sentir as consequências da seca.

Apesar das dificuldades que devem ser enfrentadas neste ano de 2021, a expectativa é de melhorias em 2022, ano em que a cidade de Franca já deve receber águas do Rio Sapucaí. Quando a água chegar, a capacidade de abastecimento será o dobro.

Padrão de bloqueio

O bloqueio atmosférico é um fenômeno que acarreta a diminuição considerável de chuvas, uma vez que as frentes frias ficam mais costeiras. O Brasil Central pode enfrentar este tipo de fenômeno diversas vezes no decorrer do ano, não é atípico de acontecer na Meteorologia, o que preocupa é a duração do bloqueio e suas consequências.

A chuva tem sido insuficiente há muito tempo. Segundo registros do Instituto Nacional de Meteorologia (INPE), a anomalia de precipitação tem sido negativa de forma considerável em grande parte do Sudeste e Centro-Oeste desde setembro do ano passado. Vale ressaltar que não quer dizer ausência total de chuvas nestas áreas, mas sim, é pouca chuva considerando a climatologia para todos esses meses.

O padrão será alterado?

Até o final deste mês de abril pouca coisa deve mudar e o tempo seco é que deve prevalecer em boa parte do Brasil Central. Pode chover, porém de forma isolada e sem grandes acumulados devido a formação de pequenas instabilidades no interior do país.

Já de olho no próximo mês, simulações recentes de modelos meteorológicos apostam em continuidade do padrão de seca. A precipitação durante o mês de maio deve ser inferior a climatologia especialmente em áreas do Centro-Oeste.

No Sudeste, o tempo mais seco deve persistir principalmente entre o noroeste paulista e o Triângulo Mineiro, enquanto nas demais áreas, a expectativa é de chuva dentro da normalidade (pouca chuva) para a época do ano. É hora de economizar.

Curiosidades sobre a seca em Taiwan

A falta de chuva comprometeu o abastecimento de água na pequena ilha na costa sudoeste da China, o que vem gerando consequências e disputas entre agricultores e fabricantes, isso porque o governo optou em desviar a água destinada às fazendas e concentrar no abastecimento de casas e fábricas.

A seca e consequente luta para poupar e garantir água em residências e fábricas, provocou um corte significativo no abastecimento de água que seria utilizada na irrigação de dezenas de milhares de hectares de cultivo de arroz em Taiwan. Diante as discussões, o governo se defende e diz que o país enfrenta a pior seca em mais de meio século.