Poderá a invenção desta start-up francesa reduzir drasticamente as emissões de CO2 dos aviões?

Uma inovação proposta pela startup francesa Sylphaero poderá fazer com que a aviação se torne muito mais 'verde' do que é hoje.

A aviação ainda é muito poluente

Como sabemos, o transporte aéreo é prejudicial ao planeta. É um poluente importante, responsável por 2,6% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2). Isto é ainda mais preocupante porque os especialistas preveem que o tráfego aéreo continuará crescendo nos próximos anos.

Todos os anos, os 'atores principais' do setor tentam encontrar inovações tecnológicas que reduzam as emissões de CO2 na atmosfera durante as viagens aéreas. Uma tendência que já dá bons resultados, uma vez que as emissões de CO2 por passageiro diminuíram 50% nos últimos 30 anos, e os aviões e motores de última geração emitem menos CO2 por passageiro por quilômetro do que um avião ocupado por uma ou duas pessoas.

Inúmeros caminhos estão sendo explorados para substituir o uso de combustíveis fósseis na aviação, como os biocombustíveis. No entanto, embora os níveis de poluição dos biocombustíveis sejam muito mais baixos, ainda causam uma poluição considerável e, acima de tudo, são mais caros, razão pela qual ainda não conseguimos produzi-los em quantidades suficientes.

Por isso, a startup Sylphaero, com sede em Mérignac, perto de Bordéus, tem estudado uma forma de descarbonizar a aviação de forma muito mais drástica, através da fabricação de motores a jato 100% elétricos. Uma inovação que poderá, no futuro, eliminar o problema ambiental do transporte aéreo.

Um novo tipo de motor eletrotérmico

A França sempre foi uma nação líder na aviação, contribuindo com inúmeras inovações neste campo ao longo da história, inovações que permitiram, por exemplo, melhorar a segurança dos voos, a eficiência das viagens ou mesmo reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

Na verdade, os cientistas que trabalham nesta startup, criada em 2021, estão desenvolvendo um novo tipo de motor eletrotérmico para as aeronaves. Na verdade, trata-se de reatores nos quais os pesquisadores não queimam combustível, mas sim utilizam arcos elétricos para aquecer o ar. Esses arcos elétricos de altíssima potência aquecerão o ar a vários milhares de graus Celsius e o converterão em plasma, permitindo que o impulso seja gerado como um reator convencional, mas sem emitir CO2.

Graças a esta solução, a startup poderá resolver o problema da transição energética na aviação, ao mesmo tempo que oferece velocidades de voo semelhantes às soluções convencionais atuais, elevado desempenho e facilidade de manutenção. Por isso, a tecnologia desenvolvida pela startup é aplicada a todos os tipos de motores e aviões.

A Sylphaero também foi apoiada pelo 3DExperienceLab da empresa francesa Dassault Systèmes, uma estrutura cuja ambição é acelerar a inovação em todos os setores industriais. Portanto, a tecnologia proposta pela Sylphaero enquadra-se perfeitamente nesta ideia, permitindo aumentar o desempenho das aeronaves e ao mesmo tempo descarbonizá-las. Além disso, além de futuras aplicações civis, esta importante inovação também poderá ser utilizada no setor espacial, e em outros tipos de aplicações de propulsão.