Por que os raios percorrem o seu caminho em zigue-zague?

Os raios ou descargas elétricas é sem dúvidas uma das maiores potências da natureza, uma energia tão grande descarregada que é capaz de destruir, ferir e até matar. Apesar dessa parte preocupante e que merece atenção durante o ano todo, também há o lado positivo, o visual é um deles, um espetáculo a parte no céu.

Além da beleza e dos medos, muitas curiosidades existem sobre os raios, que parecem lâminas brilhantes afiadas que vão atravessando as camadas do céu em seus ramos luminosos em direção ao solo, porém, vale ressaltar que nem todos os raios tocam o solo.

Os relâmpagos intranuvem se propagam no interior das nuvens Cumulonimbus e os relâmpagos nuvem-nuvem se propagam para fora, mas de uma nuvem para a outra, também Cumulonimbus. Esses relâmpagos representam cerca de 70% dos raios, mas são menos conhecidos porque são menos perigosos comparados ao raios que tocam o solo, chamados de relâmpagos nuvem-solo.

O zigue-zague dos raios

Apesar de tantas outras, uma das curiosidades mais intrigantes é o zigue-zague e o caminho percorrido pelas descargas elétricas. A pergunta que não quer calar é sempre a mesma: por que não vemos raios caindo em linha reta e sim em zigue-zague e ramificados?

Os cientistas se dedicam muito para responder essa dúvida que atinge não só aos leigos e curiosos, mas também à ciência, afinal, cada raio é particular, mas algo eles têm em comum: não cair em linha reta. Sabendo disso, eis o motivo de tantas pesquisas para trazer uma resposta que seja mais adequada e por incrível que pareça ela é bem simples.

Recentemente foi feita uma pesquisa que acabou sendo publicada no periódico científico IOPscience, em que pesquisadores conseguiram chegar a uma explicação plausível e lógica sobre o zigue-zague feito pelos raios.

Uma resposta simples

Os cientistas relataram que os campos elétricos nas nuvens Cumulonimbus formam a tempestade e por serem muito intensos, com cargas altamente elevadas, mexem com os elétrons de uma forma capaz de adquirirem energia suficiente para criar moléculas de oxigênio chamadas singleto delta.

O que aconteceu depois é que os elétrons e essas tais moléculas se acumulam e dão início a uma fase curta e altamente condutora de energia, ou seja, fornece o brilho intenso que vemos por aproximadamente um milionésimo de segundo. Existe uma pequena pausa para que o processo ocorra novamente, e por isso, tantos raios em uma mesma tempestade.

Certo, mas de toda forma, por que então o zigue-zague e não a linha reta? A finalidade dos elétrons e das moléculas de oxigênio singleto delta é buscar o caminho com menor resistência no ar até o chão, seja lá qual for à direção. Esse caminho não ocorre em linha reta porque o ar não é uma mistura perfeita para a condução da descarga até o chão, por isso o zigue-zague que vemos.