Primeiro satélite com painéis de madeira do mundo é lançado ao espaço pela SpaceX
O satélite em questão foi desenvolvido por cientistas japoneses e lançado ao espaço pela empresa SpaceX na terça-feira (5). O equipamento promete revolucionar a exploração espacial com sustentabilidade e durabilidade.
O satélite feito com painéis de madeira é o primeiro no mundo, sendo desenvolvido por pesquisadores japoneses. O equipamento foi lançado ao espaço pela empresa SpaceX, em uma missão para o levar até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
O equipamento, que promete revolucionar a exploração espacial através da sustentabilidade e durabilidade, foi lançado na terça-feira (5) em um dos primeiros testes de uso do material para explorações futuras na Lua e em Marte.
Como é este satélite?
O pequeno satélite, chamado de ‘LignoSat’, pesa cerca de 900 gramas e mede apenas 10 centímetros de cada lado, e foi desenvolvido pela Universidade de Kyoto e pela construtora japonesa Sumitomo Forestry. Seus painéis foram construídos a partir de um tipo de árvore de magnólia nativa do Japão, usando uma técnica tradicional sem parafusos ou cola.
Do espaço, ele será então lançado em órbita a cerca de 400 km acima da Terra. O objetivo dessa missão é testar a adequação da madeira como um material de construção renovável para futuras explorações da Lua e de Marte. Os seus desenvolvedores esperam que seja possível no futuro substituir alguns metais usados na exploração espacial por madeira.
Uma vez lançado, o satélite permanecerá em órbita por seis meses ao redor da Terra, com seus componentes eletrônicos medindo como a madeira suporta o ambiente extremo do espaço, onde as temperaturas variam de -100ºC a 100ºC.
Tecnologia e sustentabilidade por trás do satélite
O satélite teve certificação da agência americana NASA para provar que a madeira tem qualidade espacial. O material é mais durável no espaço do que na Terra, porque não há água ou oxigênio que possam apodrecê-lo ou inflamá-lo. Além disso, um satélite de madeira também diminui o impacto ambiental no final de sua vida útil, segundo os pesquisadores da Universidade de Kyoto.
O LignoSat também vai avaliar a capacidade da madeira de reduzir o impacto da radiação espacial em semicondutores, tornando-a útil para aplicações como construção de data centers, conforme explicou Kenji Kariya, gerente do Instituto de Pesquisa Florestal Tsukuba da construtora Sumitomo.
“Pode parecer ultrapassado, mas a madeira é, na verdade, tecnologia de ponta, à medida que a civilização se dirige à Lua e a Marte. A expansão para o espaço pode revigorar a indústria madeireira”, disse ele.
Do ponto de vista da sustentabilidade, a madeira é um material que pode ser cultivado e, portanto, é renovável, segundo Simeon Barber, um cientista espacial da Open University no Reino Unido. "A ideia de que você pode cultivar madeira em outro planeta para ajudar a explorar o espaço ou fazer abrigos - os exploradores sempre usaram madeira para fazer abrigos quando foram para uma nova terra", disse ele em um comunicado à BBC News.
Ainda, os seus desenvolvedores esperam que o uso da madeira na fabricação de naves espaciais também possa ser muito menos poluente do que as aeronaves de metal quando elas queimam na reentrada na Terra no fim de sua vida útil.
Referência da notícia:
BBC News. “World's first wood-panelled satellite launched into space”. 2024.