Quais são as consequências climáticas do vazamento do gasoduto Nord Stream?
É muito cedo para prever o que poderá acontecer, mas ao que tudo indica, as consequências ambientais dos quatro vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 não serão tão graves. Saiba mais aqui!
Quatro buracos deram origem aos vazamentos significativos de gás, uma situação que tornou impossível a inspeção do real estado das instalações no momento em que aconteceram. No entanto, como o vazamento foi de natureza subaquática, o risco de uma catástrofe natural é consideravelmente baixo.
Ao contrário dos vazamentos de petróleo, que em pouco tempo podem transformar a vida marinha, o Ministério do Ambiente alemão explicou que os escapes de gás não constituem uma ameaça à vida subaquática.
Na Espanha, o caso do Prestige, que afundou em águas galegas em 2002 e causou um dos maiores desastres ecológicos até hoje, ainda está na memória das pessoas, apesar de ter se passado duas décadas. O navio transportava 77 mil toneladas de petróleo bruto, e desde então os petroleiros de casco simples não são mais autorizados a navegar nas proximidades da costa espanhola.
Repercussões
A preocupação agora é com uma possível explosão, como resultado do acúmulo significativo de gás. Os elementos presentes são altamente voláteis e qualquer interferência, por mais involuntária que seja, poderia levar a uma explosão muito grande. Além disso, o metano permanecerá na água durante um longo período, e por isso a navegação poderá ser proibida nas áreas próximas.
De acordo com fontes do governo dinamarquês, o vazamento continuará emitindo gás por até uma semana, e até o momento, estima-se que tenham sido liberadas cerca de 500 toneladas cúbicas de metano por hora.
O metano é um dos principais contribuidores para o aquecimento global: é um gás com um potencial 23, o que significa que, a cada quilograma de metano liberado na atmosfera, terá 23 vezes mais impacto do que um quilograma de dióxido de carbono liberado.
A proximidade do vazamento e da superfície do mar torna impossível a medição, com instrumentos de precisão, da quantidade de metano que escapa do mar e entra em contato com a atmosfera. Só quando o vazamento deixar de expelir gás, é que será possível analisar se a ruptura foi intencional, como sugerem todas as investigações iniciais.
A causa destes vazamentos
Segundo vários meios de comunicação, a Suécia e a Dinamarca informaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, na última sexta-feira (30), que os vazamentos se deram devido à explosão de vários quilos de explosivos, perto dos gasodutos.
Moscou e Washington estão se acusando mutuamente em relação à responsabilidade pelo ato. Contudo, agora que os vazamentos estão mais controlados em ambos os gasodutos, a investigação pode continuar.