Quão grave pode ser uma tempestade solar para o planeta Terra?
A vida no planeta Terra só é possível, dentre outras coisas, devido a presença do Sol. Mas, se uma erupção solar atingir nosso planeta, seria suficiente para destruir a vida na Terra? Entenda o que são essas explosões solares e como elas afetam a vida no planeta Terra.
O Sol é uma estrela ativa! De vez em quando, uma explosão é lançada do Sol, enviando pequenas ondulações em direção ao campo magnético da Terra. Um fenômeno relacionado à explosões, chamado ejeções de massa coronal, causa erupções altamente energéticas, fornecendo a principal fonte de grandes eventos climáticos espaciais.
Essas erupções são bolhas gigantes de gás e fluxo magnético com até um bilhão de toneladas de partículas carregadas, viajando a velocidades de milhões de quilômetros por hora, causando nuvens e ondas de choque que, ocasionalmente, atingem a Terra, provocando tempestades geomagnéticas.
De acordo com os cientistas, a atmosfera e o campo magnético da Terra nos mantêm protegidos de maiores incidentes provocados pelas erupções solares, com efeitos incapazes de danificar a atmosfera que nos envolve. As tempestades geomagnéticas muitas vezes podem ser observadas como belas auroras em nosso céu noturno.
Mas, nem todas as erupções solares são tão inofensivas assim:
Mesmo que o campo magnético da Terra evite a morte generalizada por radiação solar, o poder eletromagnético de uma erupção solar pode causar grandes distúrbios nos sistemas de rádio e radar em todo o mundo, na sobrecarga das redes elétricas e conexões de internet, além de outros dispositivos de comunicação e navegação na Terra.
Na última conferência da SIGCOMM - Grupo de Interesse Especial em Comunicação de Dados - a cientista Sangeetha Abdu Jyothi expressou preocupação de que as redes elétricas modernas da Terra e os cabos de internet em larga escala não seriam capazes de resistir a uma tempestade solar se ela atingisse o planeta, enfatizando que nossos sistemas de GPS e satélites provavelmente seriam destruídos.
Especialistas em clima espacial da NASA e outras agências estudam o Sol há décadas e ainda não conseguiram descobrir o que causa a erupção dessas tempestades ou como prever quando a próxima tempestade solar ocorrerá. Mas, eles possuem alta tecnologia para monitorar o Sol em relação a atividades potencialmente perigosas. Como, por exemplo, o Evento Carrington de 1859, conhecido como a tempestade geomagnética mais poderosa já registrada na história, mas que não teve impacto perceptível na saúde humana e de outras formas de vida na Terra.
E também de uma das últimas tempestades geomagnéticas, de 7 de agosto de 1972, em que uma enorme erupção solar interrompeu ondas de rádio, redes de telecomunicações e sistemas de energia. Portanto, para não dizer que as chances são cem por cento nulas, é minimamente possível que viveremos para observar um evento solar grande o suficiente com efeitos mensuráveis na saúde humana.
Além disso, os cientistas afirmam que as explosões oriundas de estrelas são muitas vezes mais poderosas que as explosões solares. Quando certas estrelas ficam sem combustível e morrem, elas explodem em uma supernova que lança no espaço uma radiação por milhões de anos-luz ao seu redor.
Nossa estrela mais próxima não representa uma ameaça dessas; mas, se uma explosão dessas acontecer com outras estrelas suficientemente próximas da Terra, seria tanta radiação ultravioleta que retiraria nossa camada protetora de ozônio, deixando o planeta vulnerável à partículas interestelares carregadas.
De acordo com um estudo de agosto de 2020 publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, a morte de uma estrela a 65 anos-luz da Terra pode ter feito essa explosão há cerca de 359 milhões de anos atrás, no final do Período Devoniano, resultando na morte de 70% dos invertebrados da Terra, levando a uma extinção em massa que pode ter sido desencadeada pela explosão de uma estrela. Os autores deste estudo concluem que não há candidatos a supernova perto o suficiente da Terra para representar outra ameaça tão cedo.